
Paraíba - A possível federação entre o União Brasil e o Progressistas (PP) promete impactar significativamente o jogo político na Paraíba, com reflexos diretos nas eleições estaduais de 2026. Caso a união se concretize, o bloco pode virar uma das principais forças de oposição ao governo estadual e influenciar decisivamente no próximo pleito.
A federação entre União Brasil e PP reuniria nomes de peso, entre eles o senador Efraim Filho (União Brasil), e os deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP), Mersinho Lucena (PP) e Damião Feliciano (União Brasil).
A soma das estruturas partidárias garantiria maior tempo de televisão, recursos do fundo eleitoral e uma maior capilaridade nas articulações locais, fortalecendo o grupo na disputa pelo Palácio da Redenção.
Apesar do potencial de crescimento, a federação também pode gerar disputas internas. Efraim Filho já indicou que o União Brasil deve ter maior protagonismo na federação, já que possui um senador com mandato até 2030, enquanto o PP conta com apenas dois deputados federais. Essa disputa pode influenciar na definição de candidaturas majoritárias e na formação de alianças.
Como ficaria o cenário político
Se confirmada, a nova federação igualará ao Republicanos, que conta com três deputados federais paraibanos: Hugo Motta, Murilo Galdino e Wilson Santiago.
Na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), o grupo teria Jane Panta, Dra. Paula, Galego Sousa e João Paulo, além de George Morais, Gilbertinho e Taciano Diniz. Ficaria um a menos que o Republicanos, que mantém a maior bancada com oito integrantes.
No Executivo municipal, a federação reuniria 43 prefeitos, incluindo Cícero Lucena (PP) e Bruno Cunha Lima (União). No âmbito estadual e federal, o grupo também contaria com o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e o próprio senador Efraim Filho (União Brasil), consolidando sua força e ampliando sua influência política.
Em caso de rompimento, para onde os parlamentares iriam?
Se houve um rompimento na federação, a família Ribeiro, que inclui o vice-governador Lucas Ribeiro (PP), a senadora Daniella Ribeiro (PSD) e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), teria algumas opções estratégicas para decidir seu futuro político na Paraíba. Entre elas:
Migrar para o PSB de João Azevêdo
- Se a família quiser manter aliança com o governo estadual, pode se aproximar do PSB, partido do governador João Azevêdo.
- Isso fortaleceria Lucas Ribeiro como vice e poderia dar mais espaço ao grupo dentro da gestão.
Buscar abrigo no Republicanos
- O Republicanos tem a maior bancada na Paraíba e está se consolidando como um dos partidos mais influentes do estado.
- Como Aguinaldo é pragmático, pode ver no Republicanos uma chance de manter influência, especialmente se o PP perder força.
Os mesmos caminhos podem tomar Mersinho Lucena e Cícero Lucena, já que fazem parte do projeto de situação do governador João Azevêdo.
Por sua vez, Bruno Cunha Lima, Damião Feliciano, George Morais e Efraim Filho podem migrar para o PSD, atraídos pela influência de Cássio e Pedro Cunha Lima, especialmente se o partido se fortalecer na Paraíba para as eleições de 2026.
Mas por que o PSD seria um destino viável?
- Cássio e Pedro Cunha Lima – Ambos têm grande peso político no estado, e Pedro desponta como um possível candidato forte ao Governo da Paraíba.
- Espaço para crescer – O PSD está se remodelando na Paraíba, então pode oferecer protagonismo a nomes de peso que queiram se projetar em 2026.
- Alternativa à polarização – O PSD poderia se posicionar como um caminho entre o governo estadual e a oposição bolsonarista, atraindo políticos que não querem se alinhar totalmente a nenhum dos dois polos.
O que é uma federação partidária?
Uma federação partidária é a união de dois ou mais partidos políticos que atuam como uma única sigla durante todo o período de uma legislatura (quatro anos). Diferente das coligações, que valiam apenas para as eleições, a federação exige que os partidos permaneçam juntos após o pleito, funcionando como uma unidade no Congresso, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.
Os partidos federados precisam adotar um estatuto comum, tomar decisões coletivas e seguir regras semelhantes às de um único partido. Caso algum partido descumpra essas regras ou decida sair antes do prazo, pode sofrer punições, como a perda de tempo de propaganda eleitoral e do fundo partidário.
A federação partidária foi criada para fortalecer partidos menores, garantindo que eles superem a cláusula de barreira e tenham mais chances de eleger representantes. Ao mesmo tempo, busca evitar alianças apenas estratégicas, incentivando maior coerência ideológica entre os partidos federados.