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FAKE NEWS: Vídeos manipulados será novo desafio para eleições 2020

Não incorporar contra a disseminação de notícias falsas e usadas na internet nas cidades municipais do ano que vem, como principais redes e plataformas de internet – Facebook, Google, Twitter, WhatsApp e YouTube – investir em mecanismos de verificação de informações, em cartilha e educação para usuários e, recentemente, fechar acordos e treinamentos com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Justiça Eleitoral aprovou, na semana passada, punição a partidos ou candidatos a divulgar conteúdo falso.

Manipulações de vídeos, quando o rosto de um candidato aparece falando algo que não disse, os deepfakes, são o novo alvo de preocupação. Tanto empresas quanto especialistas reconhecidos, porém, que cenário eleitoral pode causar desafios ainda não previstos, uma aposta também compartilhada por especialistas.

A tecnologia usada nos deepfakes ainda é um entrave. Várias plataformas lançadas desafios públicos para treinar seus sistemas para identificar imagens falsas. Para isso, é necessário criar uma base de dados de deepfakes, que ainda não é amplo ou suficiente no país para “ensinar” máquinas a reconhecer-los. Quando uma máquina identifica uma imagem, cria uma espécie de DNA dela. Toda vez que alguém tenta subir essa imagem, ela é removida.

“Estamos comprometidos em desenvolver as melhores práticas de inteligência artificial para reduzir o potencial de danos e abusos”, diz o YouTube em relação a vídeos falsos. A plataforma apresentou recentemente dois recursos para evitar desinformação: avisos que mostram os resultados de algumas pesquisas que são verdadeiros, falsos ou verdadeiros, e informações sobre a origem do financiamento de canais. As checagens no YouTube são fornecidas por agências aprovadas pela plataforma.

– Não é simples prever ou destacar. De 2017 para 2018, todo o mundo estava preocupado com o Facebook, que foi uma grande questão nas eleições de Donald Trump nos Estados Unidos. Mas, nas eleições do ano passado no Brasil, o grande tema acabou sendo o WhatsApp – lembra Francisco Brito Cruz, diretor do centro de pesquisa em direito e tecnologia InternetLab.

Rumores virais

Para ele, 2020 terá uma seleção bem diferente de 2018, com variadas variações:

– O número de candidatos está na casa de milhares de milhares. Cidades pequenas, grandes, do norte, do sul, exigem questões muito distintas. Não há mão de obra para acompanhar perto de 5,5 mil disputas.

As plataformas afirmam que vão aumentar os investimentos em iniciativas como verificação de fatos, treinamentos e cursos de educação digital.

Em outubro, Google, Facebook, WhatsApp e Twitter aderiram ao Programa de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Na prática, as plataformas comprometem a desenvolver mais ações que combatem a proliferação de informações falsas e aprimoram as ferramentas de verificação de desinformação para 2020.

Conteúdos que podem enganar eleitores, além de rastrear impostores que estão sujeitos à política, também podem trabalhar no Facebook e passar a ser um desafio para 2020. Uma plataforma não tem política específica para notícias falsas: . Muitas vezes, também, quem compartilha esse tipo de conteúdo viola outras políticas da plataforma, como contas falsas e discursos de ódio, e o conteúdo é removido. O Facebook deve lançar uma função em que as postagens são consideradas falsas pela parceria com os órgãos de verificação, com uma imagem embaçada.

– Temos feito investimentos para identificar novas ameaças e vulnerabilidades, removendo contas falsas e conteúdos que violam nossas políticas – diz uma porta de voz no Facebook. – Temos trabalhado para priorizar o jornalismo profissional na plataforma e para dar mais contexto às pessoas sobre os conteúdos.

Já o WhatsApp afirma que o foco é reduzir os rumores, limitando o encaminhamento de mensagens. A plataforma alterou as configurações de privacidade de grupos e selecionou um ícone de seta dupla para identificar mensagens enviadas frequentemente, como uma corrente de mensagens.

“No mês passado, enviamos para o TSE uma proposta que inclui a proibição de mensagens expressas em massa e outras práticas proibidas pelo WhatsApp e outras empresas de tecnologia em seus termos de serviço”, declarou uma companhia, em nota. Em 2018, 400 mil contas foram banidas sem combate à desinformação.

Em 2018, no Twitter, contas automatizadas, os usuários, foram apontadas como propagadoras de notícias falsas. A plataforma diz que vai reforçar o trabalho de verificação de contas. E destacou, para 2020, o apoio ao trabalho do TSE e dos TREs, com treinamentos para juízes e assessores de comunicação, além de um e-mail específico de contato com a Justiça Eleitoral.

A verificação também ganhou espaço no Instagram. Segundo o aplicativo, os usuários recebem um aviso de publicação específica falsa. Como postagens selecionadas de distribuição limitada, não aparecem na busca ou pesquisa por hashtag. Em nenhum lugar, a plataforma oferece links para artigos que desmentem ou conteúdo.

O Google afirmou que pretende aprimorar os algoritmos para conteúdos privilegiados de fontes usadas e de qualidade na pesquisa e no YouTube. A plataforma fez parcerias para combater notícias enganosas e investe em programas de educação midiática. “Criadores de desinformação nunca param de tentar encontrar novas maneiras de enganar os usuários”, diz o Google, em nota. “Nosso objetivo é formar parcerias e tomar ações que possibilitem lidar com a desinformação de maneira responsável e adequada”, acrescenta o texto.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo