Caminhos

FAÇAM SUAS APOSTAS: Em silêncio Aguinaldo estuda todos os caminhos para PP na sucessão estadual - Por Anderson Costa

A confusão que pairava sobre a política paraibana, como uma grande sombra de incerteza, no início deste ano de 2018 parece aos poucos ir se desfazendo, mas um questionamento segue permeando a mente de todos que desejam saber quem serão os protagonistas do pleito deste ano: para onde irá o Partido Progressista na Paraíba?

A confusão que pairava sobre a política paraibana, como uma grande sombra de incerteza, no início deste ano de 2018 parece aos poucos ir se desfazendo, mas um questionamento segue permeando a mente de todos que desejam saber quem serão os protagonistas do pleito deste ano: para onde irá o Partido Progressista na Paraíba? O Partido comandado pelo clã Ribeiro rachou com o grupo oposicionista, comandado pelo PV dos irmãos Cartaxo e pelo PSDB de Cássio, após a decisão dos tucanos de apoiarem o lançamento de Lucélio Cartaxo como o pré-candidato do grupo ao governo do estado. A decisão por Lucélio não foi bem-aceita, principalmente dentre os partidos menores que compunham o grupo, mas teve em Aguinaldo Ribeiro e por consequência no PP a maior representação da discordância em torno da escolha. Durante o encontro, Aguinaldo teria vociferado contra a opção e desde então a única certeza que se tem sobre o seu partido no estado é de que os progressistas não rumarão com Cartaxo em 2018.

Com a recusa do PP e de suas lideranças em apoiarem a candidatura de Lucélio, restariam apenas três caminhos imagináveis para a legenda seguir: unir-se ao grupo do senador José Maranhão (MDB), que vem crescendo, reunindo dissidentes, que assim como o PP não concordaram com a opção pelo nome de Cartaxo, mas não desejam sair do escopo da oposição. Ou deverão unir-se ao governador Ricardo Coutinho (PSB) e ao seu candidato João Azevedo, demonstrando assim com toda a clareza a discordância com a opção pelo nome de Lucélio. Um terceiro caminho possível, mas menos provável de ser escolhido pelos Ribeiro, é unirem-se a vice-governadora Lígia Feliciano em sua candidatura ao governo do estado, mantendo-se assim em um papel de discordância com o governador Ricardo Coutinho, já que a candidatura de Lígia surge de uma ruptura política dentre o governador e sua vice.

Tudo indica que a escolha de para que lado irá o PP está nas mãos da deputada Daniella Ribeiro, pois o partido almeja que neste ano ela alce voos maiores do que a Assembleia Legislativa e entre na briga por uma das duas vagas em aberto para o Senado Federal. Os progressistas buscam através deste movimento se firmarem de vez como uma das grandes potências políticas, tendo um nome em cada uma das duas maiores casas legislativas do país. Caso este movimento ocorra e dê certo, o partido entrará para o mesmo grupo que atualmente conta apenas com o PSDB e o MDB em nosso estado. Sendo assim mais uma vez podemos notar um claro motivo pelo qual o PP não deverá unir-se a chapa de Cartaxo, com Cássio e Raimundo Lira já inseridos e tidos como os candidatos oficiais da chapa, tentar correr por fora enquanto apoia Lucélio seria uma medida no mínimo arriscada para Daniella, principalmente quando pensamos em uma campanha tão curta como será a desse ano.

A opção por apoiar José Maranhão talvez seja a mais atraente para Daniella e para o seu partido atualmente, principalmente se considerarmos que seu irmão Aguinaldo Ribeiro é um dos nomes de confiança e mais próximos do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. Além disso Maranhão ainda possui espaços em aberto na sua majoritária que poderiam acomodar as lideranças progressistas, permitindo que o partido lance Daniella como senadora e quem sabe emplacando o vice da chapa. Aliar-se a chapa do MDB parece mais coerente inclusive com o discurso que os dois partidos fizeram durante os últimos três anos, buscando sempre serem oposição no nosso estado.

Mas a política não é uma ciência exata e as recentes alianças feitas e desfeitas em nosso estado provaram isso para todos, nos levando a pensar na possibilidade de vermos o PP sair do grupo das oposições e unir-se a uma ala mais de direita que existe dentro do universo girassol. A chapa de João Azevedo assim como a de José Maranhão ainda não possui todos os seus espaços fechados e mantém em aberto exatamente a tão cobiçada segunda vaga na disputa pelo senado. A chegada de Daniella permitiria que os Progressistas rumassem unidos, com um grupo muito mais coeso e homogêneo, do que os dois oferecidos pela oposição e que possui um forte discurso em torno da continuidade da atual gestão para pavimentar o caminho de todos presentes. Daniella, por sua vez, também conseguiria levar para a chapa uma presença feminina tão necessária na política contemporânea e fortaleceria o discurso de representatividade feitos pelos governistas.

A última possibilidade para a sigla seria apoiar Lígia Feliciano em sua candidatura. Assim como a chapa de Maranhão, a candidatura de Lígia permanece com muitos espaços em aberto que poderiam ser ocupados pelos nomes progressistas. Outro fator que fortaleceria esta união seria o fato de formarem uma chapa com mulheres ocupando os principais espaços políticos podendo trazer para si um discurso de renovação na categoria política paraibana. A presença de Daniella também configuraria como um apoio muito importante para a empreitada da vice-governadora, que até o momento não conseguiu decolar como movimento dissidente dentre aqueles que desejam a continuidade do atual governo.

A campanha na Paraíba será muito curta se considerarmos a forma como a política é vivida em nosso estado e o histórico de nossas eleições passadas em que durante dois ou três meses víamos toda a população se aglutinar em torno de bandeiras. Diante de uma campanha tão curta muitos políticos estão buscando fortalecer suas bases ainda durante este período pré-campanha fazendo movimentações nos bastidores. Durante este ano, o silêncio de alguns nomes tem se quebrado trazendo consigo anúncios que mudaram totalmente o tabuleiro em nosso estado. Com todo esse silêncio após o cisma na oposição, qual resposta podemos aguardar do PP até as eleições?

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Anderson Costa