'EXORBITANTE': Bispo de Patos critica aumento de salários para presidente e ministros - VEJA VÍDEO

Em plena missa deste domingo, 23, Dia de Pentecostes, o bispo de Patos, Dom Eraldo Bispo da Silva, criticou a portaria editada pelo Ministério da Economia que altera as regras para a aplicação do limite remuneratório. A medida foi publicada no final do mês passado. Com isso, os ganhos nos salários do presidente Jair Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão, do ministro da Casa Civil, Eduardo Ramos, e do ministro da Defesa, Braga Netto, por exemplo, poderão ter um aumento de até 69%. Os ordenados podem chegar a R$ 66 mil. O teto constitucional atual dos salários é de R$ 39,2 mil.

“Foi um aumento exorbitante dos salários e eu fico admirado com a capacidade de alguns grupos e, infelizmente, do próprio legislativo que às vezes faz leis para favorecer a si mesmo. Quando não é possível ter um auxílio emergencial de R$ 600 para famílias pobres. Com muito sofrimento, R$ 150. Ou compra o gás ou a comida. A gente põe R$ 150 no bolso de manhã e de tarde não tem mais nada. Eu fico imaginando uma família com esse dinheiro para se virar durante o mês diante do aumento salarial exorbitante dos nossos governantes, legisladores, ministros… da turma grande. É uma disparidade muito grande!”, comentou Dom Eraldo.

Ele completou sua reflexão dizendo que essas questões devem ser tratadas pela Igreja Católica que deve “ter olhos para ver” e tratar dos problemas sociais junto às comunidades.

Aumentos – Jair Bolsonaro recebe R$ 30,9 mil de salário e mais R$ 10,7 mil em outros benefícios, mas sofre um corte de R$ 2,3 mil para obedecer ao teto. O pagamento atingirá R$ 41,6 mil.

Já o vice-presidente Mourão deverá ter reajuste de 63%. O abatimento de R$ 24,3 mil para respeitar o teto não deve mais ser feito. Assim, a remuneração mensal passa de R$ 39,3 mil para R$ 63,5 mil, com diferença de 62%.