A antiga guerrilha da Farc assumiu nesta sexta-feira (20) uma pequena representação no Congresso da Colômbia, dominado pela direita ligada ao novo presidente, Iván Duque, oposto ao acordo de paz que acabou com meio século de conflito armado e que toma posse em 7 de agosto.
“Aqui estão, pela primeira vez, cinco senadores e cinco representantes da Força Alternativa Revolucionária do Comum, partido nascido com a desmobilização e desarmamento das Farc”, disse o presidente em final de mandato, Juan Manuel Santos, durante a instalação do Parlamento de 280 cadeiras, que legislará nos próximos quatro anos.
“Me enche de satisfação ver que aqueles que por mais de meio século combateram com o Estado e às suas instituições com armas, hoje se submetam à Constituição e às leis da Colômbia, como todos fazemos. Essa e outras caraterísticas dão fé do bom momento da democracia colombiana”, expressou.
Santos foi o principal promotor do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que terminou com um conflito que deixou milhares de vítimas.
“Podemos não estar de acordo, e eu não estou, com sua ideologia, mas a democracia se trata de resolver as diferenças com debate de ideias e não pela violência”, acrescentou Santos.
O presidente pediu ainda aos novos parlamentares e a seu sucessor que cuidem e defendam a paz alcançada com as Farc. “Cuidem da paz que está nascendo. Lutem por ela, pois ela é o bem mais precioso que qualquer nação pode ter”, ressaltou.
A bancada das Farc no Senado é composta por Iván Márquez, Pablo Catatumbo, Victoria Sandino, Carlos Lozada e Sandra Ramírez. Já na Câmera estarão Byron Yepes, Jairo Quintero, Marco Calarcá, Sergio Marin e Olmedo Ruiz.
Fonte: G1
Créditos: G1