A deputada Estela Bezerra (PSB) voltou a criticar o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, na tarde desta quarta-feira, 15. Em entrevista a Rádio Tabajara, a parlamentar contou o imbróglio na sessão itinerante, que trouxe deputados federais à Paraíba, para debater o pacto federativo e a reforma política.
Entre outras queixas, a parlamentar destacou que Cunha enfrentou protestos em todos os estados onde realizou as sessões e, segundo ela, não haveria motivos para agir de forma tão radical na Paraíba.
“Eu digo com muita tranquilidade que quando a população vai às ruas questionando a política e quem está no poder, ela não está criticando só Dilma, Eduardo Cunha, quem esteja no poder naquele momento, ela está questionando a representação pública de uma forma geral”, disse.
Ela continuou afirmando que é importante “que nós tenhamos a humildade e o cuidado ético de entender a legitimidade dos movimentos e tentar resgatar a credibilidade pelo trabalho; todos nós temos que ter nervos e equilíbrio para lidar com as manifestações,os movimentos são legítimos e o que a população está dizendo é que aquela pessoa não representa seus anseios”.
A deputada disse que foi construída uma via de representação de movimentos, que participariam da sessão da última sexta-feira, 10, mas “essa proposta foi rejeitada pelo presidente da Câmara Federal, que estava presidindo a sessão, era uma sessão itinerante e quem presidia era Eduardo Cunha, Galdino estava lá, mas toda a organização era de prerrogativa era da Câmara Federal”, afirmou.
Estela fez coro à declaração do governador Ricardo Coutinho (PSB) e afirmou que o mínimo que Cunha poderia fazer neste momento é se retratar, “já que ele cometeu um equivoco ao responsabilizar a mim e ao deputado Anísio, e ao responsabilizar o governador Ricardo Coutinho, foi leviano em acusar e desrespeitar os poderes; o mínimo que ele deve à Paraíba um pedido de desculpas, porque não é a mim ou a pessoa do governador, mas aos paraibanos e ao Estado”, reclamou.
Indagada sobre a redução da maioridade penal, a deputada disse que é contra fazer isso, mas defendeu mudanças na legislação para que haja maior punição para aqueles que cometam crimes hediondos.
“Temos que modificar para punir aqueles adolescentes que cometerem delitos graves como assassinatos, para que eles possam responder de forma mais severa pelo crime, mas não podemos mudar de forma radical para que aqueles jovens que cometam um delito sejam colocados na cadeia e privados de ressocialização, sou contra a redução da maioridade penal e em favor de uma legislação que corrija mesmo os problemas da sociedade como um todo”, explicou.
Questionada sobre possível candidatura à prefeita de João Pessoa, Estela disse que um dos pontos que defenda reforma política é a unificação do pleito eleitoral, “porque aqui nós temos um ano eleitoral e, no outro, já são as prévias das eleições seguintes, eu sou viciada em trabalho e esse é um dos maiores desconfortos da classe política, estou interessada em fazer um bom mandato e preciso provar a mim mesma e aos meus eleitores que tenho condições de trabalhar, por isso, não concordo com pessoas que são eleitas e depois se candidatam a outros cargos, deixando seus mandatos”, pontuou.
A deputada finalizou defendendo a continuidade da aliança do PSB com o Partido dos Trabalhadores e afirmou que “a avaliação sobre a gestão do prefeito será feita com mais cuidado e maior competência pela população, sou favorável a continuidade da aliança e acho que é precipitado debater as eleições do próximo ano neste momento”.
Polêmica Paraíba