Entre os suplentes que assumiram mandatos, Raimundo Lira foi a grande surpresa de 2015 - Por Laerte Cerqueira

Na linha dos presenteados de 2015, que começamos a falar aqui, ontem, vale lembrar alguns agrados que políticos receberam este ano. Uns por mérito, outros por simples consequência do cenário político, outros por articulação “pesada”. Comecemos com o governador Ricardo Coutinho (PSB) que, depois de um ano de 2014, sofrível, sem apoio na Assembleia Legislativa, colocou sua tropa de choque para articular e começar 2015 com maioria na Casa. Conseguiu. Por causa desse presente, foi um ano mais tranquilo na AL. “Pintou e bordou”.

Quem também tem tudo para agradecer é o deputado estadual Adriano Galdino (PSB). Não passava de um deputado mediano e bem quisto pelos colegas. Sua característica de parlamentar conciliador e agregador era o que o governador precisava para plantar um aliado fiel no comando do parlamento. Galdino conseguiu votos importantes para se eleger. Virou presidente. Para isso, também teve que negociar um presentão para um deputado que até um dia desses era oposição: Gervásio Maia (PMDB).

Gervasinho recebeu um agrado antecipado com a promessa de ser fiel escudeiro e arrecadador de votos dentro do seu partido. No início, teve resistência, mas logo conseguiu cumprir a promessa. Depois de alguns meses de negociação, levou o deputado Trócolli Júnior (PMDB) para o governo. Trócolli virou secretário de Articulação. Um presente que lhe proporciona boa circulação e possibilidade de articulação. Sua ida para o Palácio da Redenção foi um presentão antecipado para Olenka Maranhão (PMDB). A suplente que, sem a aproximação do PMDB com o governo, teria poucas chances de assumir a vaga na AL.

Na linha dos suplentes agraciados, temos ainda Hervázio Bezerra. Um dos primeiros a receber o presente; Charles Camaraense, Jullys Roberto, Arthur Cunha Lima, Antônio Mineral, Emano Santos. Foi um festival de acordos para abrir espaço. Vale destacar ainda dois movimentos que entram nessa linha dos bons presentes que alguns receberam em 2015. Lembra-se de Vital do Rêgo Filho? O ex-senador do PMDB, candidato ao governo da Paraíba, ganhou boa projeção nacional em 2014 e acabou sendo indicado pelo Senado para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas da União. Foi “obrigado” a deixar a política, o cansaço das campanhas e entrou no mar vitalício e tranquilo do TCU. Não pensou duas vezes. Abriu mão da vaga de senador e entregou de “mão beijada” o mandato para o colega peemedebista Raimundo Lira, que era o primeiro suplente.

Lira assumiu debaixo de muitas críticas, como empresário que não conhecia a Paraíba, estava distante da realidade local. Para muitos, seria apenas um senador de fachada, um cabine. Mas, alguns tiveram que pagar a língua. O novo senador tem surpreendido até os mais otimistas; com um mandato regular, ações importantes, lutas justas. Tem demonstrado diferencial. Lira está sabendo aproveitar o presente e não se assuste se na próxima eleição ele colocar o nome à disposição, como titular. Por enquanto, ficamos por aqui. A lista de presenteados é grande e voltaremos ao assunto.

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