Embaixadores estrangeiros avaliam que a reunião convocada por Jair Bolsonaro (PL), realizada na segunda-feira (18), para atacar sem provas o sistema eleitoral brasileiro faz parte de uma “tática trumpista” para desviar o foco de problemas que afetam seu governo ou para questionar o pleito de outubro em caso de derrota.
De acordo com embaixadores ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo, as declarações e ataques feitos por Bolsonaro não devem mudar a opinião das missões diplomáticas localizadas em Brasília. A avaliação é que ele “tentou desviar o foco de problemas que afetam seu governo, como inflação e o preço dos combustíveis, ao mesmo tempo em que reforçou a narrativa que pode ser empregada para questionar o resultado das urnas em caso de derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.
Segundo alguns dos representantes diplomáticos que foram à reunião, a estratégia de Bolsonaro foi uma “tática trumpista”, em referência ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, admirado por Bolsonaro.
No início do ano passado, Trump espalhou teorias conspiratórias de que as eleições estadunidenses haviam sido fraudadas e insuflou seus seguidores a invadirem o prédio do Capitólio – o Congresso dos EUA – após ser derrotado pelo democrata Joe Biden.
Apesar da maioria dos diplomatas enxergarem a reunião como uma espécie de preparação para um eventual golpe, a reportagem destaca que alguns embaixadores deixaram o encontro “com suas dúvidas contra as urnas reforçadas”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Folha