Os 81 senadores da República gastaram, nos seis primeiros meses do ano, R$ 852.483, 54 com serviços de correio. Destacam-se, nesse montante, o envio de cartas, malas diretas, encomendas (PACs), Sedex, entre outros. Para ter dimensão do gasto, com o valor usado entre janeiro e junho seria possível enviar mais de 655 mil cartas simples ou cartões-postais ao preço de R$ 1,30.
Em média, os parlamentares torraram R$ 142.080, 59 por mês com esse tipo de despesa. As informações fazem parte de um levantamento do Metrópoles, com base em dados publicados pelo Portal da Transparência do Senado Federal e apurado junto às assessorias dos senadores.
Os parlamentares que mais gastaram são oriundos dos estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso e Paraíba. Mesmo não pertencendo a nenhum desses estados, o senador Humberto Costa (PT-PE) foi o que mais desembolsou dinheiro com o envio de cartas: R$ 86.680,98 em apenas seis meses. O pernambucano disparou os gastos no último mês. Somente em junho, ele usou R$ 44.199, 97 com 1.309 postagens entre PACs, cartas e impressos. Somente o envio de 91 PACs custou R$ 11.282,18. Procurado, ele não se manifestou sobre o caso.
Além de Humberto Costa, completam o ranking de maiores gastadores Ciro Nogueira (PP-PI), R$ 65.514,10; Otto Alencar (PSD-BA), R$ 56.252,42; José Maranhão (MDB-PB), R$ 41.180,14; Paulo Paim (PT-RS), R$ 40.156,02; Jayme Campos (DEM-MT), R$ 37.410,83; Tasso Jereissati (PSDB-CE), R$ 35.959,63; Styvenson Valentim (Podemos-RN), R$ 33.305,37; Randolfe Rodrigues (Rede-AP), R$ 28.346,16; e Simone Tebet (MDB-MS), R$ 25.780,52. Juntos, eles somaram R$ 450,586,17.
Na capital federal, a campeã em gastos foi a senadora de primeiro mandato Leila Barros. Ela consumiu R$ 1.875,60 com serviços de correio. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) usou apenas R$ 72,05. Reguffe, como mencionado, não teve despesas no período.
O outro lado
A reportagem entrou em contato com os 10 senadores que mais dispenderam verba com esse tipo de custos. A maior parte deles optou por não responder aos questionamentos. O espaço continua aberto a manifestações.
Em nota, o senador Randolfe Rodrigues explicou que os gastos de correio referem-se às remessas de publicações de Brasília para Macapá como Vade Mecum, Constituição Federal, Constituição do Amapá, Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição em Miúdos, Estatuto do Idoso, Código do Processo Civil, entre outros.
“Tais valores estão estritamente dentro da cota postal das atividades de cada senador e que nossa programação prevê redução significativa de uso destes recursos no decorrer do ano, uma vez que a grande maioria das publicações já foi remetida”, explicou Randolfe.
Na mesma tendência, a assessoria de imprensa do senador Jayme Campos informou que o parlamentar usou a cota “para enviar para unidades escolares, universidades, faculdades, bibliotecas, conselhos tutelares, entidades do terceiro setor, associações de diversos municípios do estado kits contendo a Legislação Federal”.
“O parlamentar acredita que o uso dos serviços de postagens tem contribuído para a formação de verdadeiros cidadãos, conhecedores dos seus direitos, cumpridores de seus deveres”, afirma, em nota.
O senador Tasso Jereissati informou, por meio de seus assessores, que “não usou a verba indevidamente” e que o dinheiro foi empregado para “enviar publicações diversas e material de divulgação do senador para o Ceará”. Os outros optaram por não responder aos questionamentos.
Também em nota, o Senado Federal explicou que cada senador tem uma cota mensal para uso – em quantidade de postais. Segundo a Secretaria de Gestão de Informação e Documentação, o volume varia de acordo com a unidade da Federação. São Paulo, por exemplo, tem para cada senador 14.323 unidades autorizadas. Os senadores do DF contam com 2.840. Essas duas unidades da Federação foram as que menos gastaram
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles