O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se pronunciou em rede nacional na noite desta terça-feira (24) para pedir que governadores desistam das quarentenas e interrompam o fechamento do comércio e das escolas nos estados.
“Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa”, declarou.
Ele comparou novamente a Covid-19 a uma “gripezinha” ou “resfriadinho” e pediu para prefeitos e governadores “abandonarem o conceito de terra arrasada”, que, para ele, inclui o fechamento do comércio “e o confinamento em massa”.
“O grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos.”
Bolsonaro também atacou a mídia, que, para ele, criou um ambiente de pavor, e voltou a criticar governadores.
A fala do presidente foi acompanhada por panelaços em algumas cidades do país, pelo oitavo dia seguido.
O Brasil já contabiliza 2.201 casos do novo coronavírus e 46 mortes. É um aumento de 35% no número de óbitos em todo o País, de um dia para outro. A primeira morte foi anunciada há uma semana.
Todos os estados no País têm casos confirmados de coronavírus. São Paulo segue sendo o local com mais infectados (810) e mortes (40). O estado acaba de entrar em quarentena oficial de 15 dias, decretada pelo governador João Doria (PSDB) no último sábado.
“Histórico de atleta”
O presidente também afirmou que seu histórico de saúde o deixa tranquilo caso ele seja contaminado pelo vírus. Bolsonaro realizou dois testes para o coronavírus, obtendo resultados negativos para o diagnóstico. No entanto, ao menos 23 pessoas que estiveram na mesma comitiva que ele durante viagem aos Estados Unidos contraíram covid-19.
“Pelo meu histórico de atleta, caso eu fosse contaminado pelo vírus eu não precisaria me preocupar — ou um ‘resfriadinho’ ou ‘gripezinha’, como disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão”. A referência foi ao médico Dráuzio Varella, comentarista da TV Globo, que minimizou a doença em um vídeo do dia 30 de janeiro, semanas antes de a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar pandemia de coronavírus no mundo e quando o isolamento social ainda não era uma das medidas recomendadas pela entidade internacional.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba