Em discurso durante a solenidade de entrega do trecho final do Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco, dentro da programação da ‘Jornada das Águas’, nesta quinta-feira (21), em São José de Piranhas, Sertão da Paraíba, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma série de ataques à imprensa, ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL) e ainda defendeu o uso do chamado “kit covid” para tratar pacientes contra a Covid-19.
Bolsonaro disse que ao começar sua campanha presidencial, ainda em 2014, estava sozinho, “sem partido, tempo de televisão, fundo partidário”, mas que aos poucos foi encontrando amigos. Ele citou dois paraibanos como esses amigos: o deputado estadual Cabo Gilberto (PSL) e Tércio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência da República e que é apontado como muitos como o líder do chamado “Gabinete do Ódio”.
“Muita gente tem boas ideias, principalmente em época de eleições. E depois tudo muda. Quis o destino que eu resolvesse no final de 2014 disputar a presidência. Não tinha partido, tempo de televisão, fundo partidário, grandes grupos para apoiar, mas resolvi no final de 2014 andar pelo Brasil. Fui encontrando amigos, como Onyx Lorenzoni, o Cabo Gilberto, o Tércio Arnaud, que é daqui da Paraíba, e essas pessoas foram se somando”, continuou.
Bolsonaro ainda citou o “meia dúzia de setembro”, em alusão ao episódio da facada em Minas Gerais em 2018, quando ainda era candidato a presidente, dizendo que foi uma tentativa de execução. “Quando o outro lado viu que não tinha como me derrotar, tentaram me executar”.
Ataque a Renan Calheiros
Em um momento do discurso, Bolsonaro se referiu ao relatório da CPI da Pandemia, apresentado nessa quarta-feira (20) pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), que pediu o indiciamento de Bolsonaro e de mais 67 pessoas. Nesse momento, os apoiadores passaram a chamar Calheiros de “vagabundo”, quando o presidente interrompeu.
“Não chamem o Renan de vagabundo, vagabundo é elogio para ele. Não há maracutaia em Brasília em que Renan não esteja envolvido”, falou.
Pandemia e ‘kit covid’
Bolsonaro também falou que “não foi fácil” enfrentar a pandemia da Covid-19 no Brasil e voltou a defender a prescrição de medicamentos com ineficácia cientificamente comprovada contra a doença, que compõem o chamado “kit covid”.
“Não foi fácil enfrentar a pandemia. Até hoje muita gente não sabe o que fazer ainda. Nós acreditamos no Conselho Federal de Medicina, na autonomia do médico. O médico ao encontrar uma pessoa contaminada, e não tendo algo cientificamente comprovado para ministrar, ele tem a liberdade, daquele registro fora da bula, de dar algo ao seu paciente”, disse. “Eu joguei nisso, na liberdade do médico”, emendou, citando posteriormente a ivermectina e hidroxicloroquina.
Em seguida, Bolsonaro criticou as medidas de lockdown adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia. Ele também criticou a adoção do chamado “passaporte da vacina”.
“Talvez tenha sido o único chefe de estado do mundo que assumiu uma posição. Não fiquei do lado de lá, o mais cômodo e fácil, apoiando o lockdown, medidas restritivas, toque de recolher, e deixando a economia para depois”, falou. Na visão do presidente, o Brasil é um dos países do mundo que “menos sofrem com a economia” no fim da pandemia.
Posteriormente, Bolsonaro reafirmou que não foi vacinado contra a Covid-19 e falou que quem quiser, pode seguir seu exemplo.
“Não tomei a vacina. Quem quiser seguir meu exemplo, que siga, quem não quiser, que não siga. Se eu resolver tomar lá na frente, eu tomo”, falou.
Ataques à imprensa e jornalista
Em outro momento, ao falar da criação do Auxílio Brasil, que substituirá o programa Bolsa Família, Bolsonaro atacou a Rede Globo e em específico a jornalista Miriam Leitão.
“Isso tudo com responsabilidade, ninguém está furando o teto [de gastos] não, TV Globo. A TV Globo bateu duro em mim, dizendo que é uma irresponsabilidade passar para R$ 400. Queria ver a Miriam Leitão viver com R$ 192”, falou.
Críticas ao PT
Por último, o presidente falou que não estava no evento para falar de eleições ou de política, mas fez críticas indiretas ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao dizer que é preciso deixar o “vermelho” para trás.
“Ninguém veio aqui falar de eleições, falar de 2022, mas nós devemos nos preocupar. Não existe alegria maior do que andar por esse Brasil e cada vez mais ver nas ruas, em reuniões, as cores verde e amarela prevalecendo. Cada vez mais temos deixado para trás o vermelho, que representa o ódio, a intriga, a divisão de classes, a corrupção, e o atraso. Querer a volta desses que afundaram o Brasil é querer o próprio fim”, finalizou.
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba