Sob fortes críticas de líderes europeus, especialmente sobre as medidas na área ambiental, Jair Bolsonaro (PSL) voltou os olhos a quem, ao menos em tese, tem lhe dado as mãos na política conservadora de extrema-direita que tenta levar adiante no Brasil.
Nesta sexta-feira (28), em encontro bilateral com Donald Trump, presidente dos EUA, durante o G20 no Japão, Bolsonaro bajulou o líder estadunidense, dizendo que sempre o admirou.
“Sempre o admirei desde antes das eleições. Temos muita coisa em comum. Somos dois líderes de países que, juntos, podem fazer muito por seu pobres. Estamos a disposição para conversar com Trump, de modo que possamos fazer parcerias. Gosto muito do povo americano. A política do Brasil mudou de verdade. Nos interessa e temos o prazer de nos aproximar dos Estados Unidos”, disse o brasileiro.
Trump, por sua vez, economizou nas palavras. “O presidente brasileiro está indo bem”, afirmou.
Na reunião com o Presidente @realDonaldTrump, retomamos assuntos tratados na visita a Washington e introduzimos a idéia de um acordo de livre comércio para fortalecer ainda mais nossa parceria econômica. Trabalhando juntos, Brasil e EUA podem ter impacto muito positivo no mundo. pic.twitter.com/lJoeKXrqTv
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 28 de junho de 2019
O encontro aconteceu após uma séria de saias-justas com líderes europeus. Bolsonaro e a comitiva brasileira se irritaram chegaram ao Japão, nesta quinta-feira (27), extremamente irritados com a descoberta dos 39 quilos de cocaína com um militar em uma das aeronaves presidenciais e também com as críticas da premiê alemã, Angela Merkel, e do líder francês, Emanuel Macron, sobre as políticas ambientais do governo.
Bolsonaro não se mostrou disposto a encontrar com a líder alemã, que disse que pretende aproveitar o G20 para ter uma “discussão clara” com ele.
“Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui”, disse.
O ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teve um ataque de ira ao ser indagado sobre as críticas dos países europeus. “Este países que criticam? Vão procurar a sua turma“.
Nesta sexta-feira (28), após a comitiva brasileira anunciar o cancelamento de uma reunião oficial, Bolsonaro se encontrou informalmente com Macron e convidou o francês para visitar a Amazônia.
Fonte: Meia Hora
Créditos: Meia Hora