Após abrir mão da candidatura ao Palácio do Planalto e ser barrado em São Paulo, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil) informou, nesta terça-feira (14), que não ainda decidiu se será candidato nas eleições deste ano e, neste momento, vai percorrer o Paraná.
“Há muitos questionamentos se eu vou ser candidato a deputado, senador, governador. Meu objetivo é circular o Paraná, me reconectar com o povo paranaense, e essa decisão [sobre seu futuro político] vai ser tomada adiante juntamente com União Brasil, com o nacional e local. E, acima de tudo, quem vai decidir isso é a população”, disse Moro em coletiva nesta terça.
Moro afirmou, porém, que sua mulher, a advogada Rosângela Moro, poderá representá-lo nas eleições deste ano – o partido avalia lançar Rosângela por São Paulo. “Minha esposa tem uma carreira importante na advocacia, em defesa das pessoas mais vulneráveis, pessoas com doenças raras, pessoas com deficiência, e ela foi a minha grande parceira nesses últimos anos na construção desse trabalho que foi a Lava Jato. É claro que essa é uma decisão que cabe somente a ela que ela vai tomar no momento apropriado se vai ou não seguir igualmente uma carreira política”, completou.
No início deste mês, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) suspendeu a transferência de domicílio eleitoral do ex-ministro para a capital paulista. O julgamento ocorreu no último dia 7 e foram quatro votos contra Moro e dois a favor.
Com a candidatura à Presidência da República dificultada por falta de apoio e espaço para o cargo dentro do partido, o ex-juiz da Lava Jato pretendia disputar uma vaga ao Senado por São Paulo. Com a decisão do TRE-SP, Moro ficou impedido e não entrou com recurso. Lideranças da União Brasil avaliam a eventual candidatura do ex-ministro pelo Paraná.
Durante o pronunciamento, o pré-candidato ao Palácio do Planalto pela União Brasil, Luciano Bivar, falou sobre a ligação que recebeu de Moro após a decisão do TRE-SP que barrou a candidatura do ex-juiz por São Paulo. “[Ele me disse] que isso não me abate. Pelo contrário, de coração, parece que era isso que eu queria”, disse.
A intenção de Moro de disputar o Senado pelo Paraná esbarra na pré-candidatura de antigos aliados, como o senador Álvaro Dias (Podemos), que também pleiteia a vaga e foi um dos padrinhos de sua candidatura ao Palácio do Planalto. O atual partido do ex-juiz deve apoiar a reeleição de Ratinho Junior (PSD), que tem demonstrado apoio a Paulo Martins (PL), aliado do presidente Bolsonaro, para a vaga no Senado.
Histórico de Moro
Sergio Moro foi o principal nome da Operação Lava Lato, que teve a primeira ação deflagrada em 2014 em um posto de combustíveis em Brasília, para desmembrar um esquema de lavagem de dinheiro. Como juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, ele julgou políticos, empresários e doleiros acusados de envolvimento no esquema.
Durante sua atuação, Moro colecionou polêmicas e acusações de violações processuais nos processos da operação julgados por ele. Em 2018, ele largou o cargo de magistrado para ser ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Após atritos com o mandatário, ele deixou a pasta e virou diretor da consultoria americana Alvarez & Marsal. Com a proximidade das eleições deste ano, Moro se filiou ao Podemos, sigla em que pretendia ser lançado pré-candidato a presidente da República.
Para conquistar mais tempo de televisão e mais verbas partidárias, ele decidiu migrar para o União Brasil. Por disputas internas, o ex-juiz foi impedido de se candidatar à Presidência e transferiu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo em uma tentativa de disputar o Senado.
Para declarar que morava na capital paulista, Moro apresentou o endereço de um hotel e alegou vínculo profissional. Com a decisão do TRE, caso decida continuar na disputa eleitoral, terá de se candidatar pelo Paraná.
Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Notícias ao Minuto