Opinião

Eleições de 2024: o futuro político da Paraíba já em foco - Por Sérgio Botelho

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As disputas pelas prefeituras de João Pessoa e Campina Grande nas eleições de 2024 deverão prever tendências para a eleição estadual de 2026

Iniciamos o segundo semestre de 2023 com os olhos cada vez mais fixos nas eleições de 2024. No próximo ano, escolheremos novos ou renovaremos mandatos de 5.568 prefeitos em todo o país. Na Paraíba essa conta chega a 223, cerca de 4% do universo municipal brasileiro.

Entre essas 223 prefeituras as que mais chamam a atenção, pela importância política e econômica, são as de João Pessoa e Campina Grande. Nas duas cidades vão acontecer, portanto, os pleitos mais importantes para o estado.

Sem exagero, será desses dois municípios, onde estão os maiores contingentes populacionais, mas também onde circula mais riqueza, que emergirão os mais fortes sinais para a disputa eleitoral de 2026, quando o povo decidirá sobre a sucessão estadual.

Assim, porque cada uma dessas cidades se revela como um microcosmo do estado. Portanto, as alianças políticas que ocorrerem nessas áreas, os temas que se tornam importantes e os candidatos que são bem-sucedidos podem fornecer uma visão valiosa sobre 2026.

Em João Pessoa, estará em jogo a sucessão do prefeito Cícero Lucena (PP), atualmente aliado do governador João Azevedo (PSB). Se há quem aposte na continuidade da aliança, há também os que arriscam num desalinhamento.

EM JOÃO PESSOA
Sobre quem estará certo, ao final, nessa disputa de perspectivas, na capital paraibana, é preciso estar de olho na continuidade ou não dos fundamentos conjunturais que definiram a aliança forjada a partir de 2020, na eleição de Cícero, com seguimento na eleição de 2022, na reeleição de Azevedo.

EM CAMPINA GRANDE
Já em Campina Grande, o movimento das lideranças políticas locais em torno da prefeitura campinense, que também envolve a disputa eleitoral de 2026, aponta desde já para um realinhamento com relação a 2020.

Naquele momento, o candidato vitorioso à prefeitura campinense foi Bruno Cunha Lima (PSD), em acordo com o PP da família Ribeiro, expresso na candidatura a vice-prefeito de Lucas Ribeiro, filho da senadora Daniela Ribeiro e neto do ex-prefeito Enivaldo Ribeiro.

Acontece que esse arranjo político acabou desfeito na eleição de 2022, quando Lucas virou candidato a vice-governador de Azevedo, chapa afinal vitoriosa, enquanto o prefeito campinense seguiu apoiando o primo Pedro Cunha Lima, do PSDB, ao governo do estado.

Em outro campo político milita a família Vital do Rego, que tem no atual senador Veneziano (MDB) sua maior expressão parlamentar. Na eleição de 2020, em Campina, sua esposa, Ana Cláudia Vital, atualmente, deputada estadual, ficou em segundo lugar na peleja.

Naquele momento, a candidatura de Ana Cláudia foi apoiada pelo governador João Azevedo, ainda em seu primeiro mandato no comando do estado, quando a família Vital do Rego formava no mesmo campo político do mandatário paraibano.

Contudo, essa combinação também já foi desfeita, a partir da disputa eleitoral do ano passado, quando a família Vital do Rego terminou apoiando a candidatura de Pedro Cunha Lima ao governo estadual.

DE OLHOS VOLTADOS PARA 2024
Temos que resolver tudo isso até o pleito de 2024, e não é pouca coisa. Mas, mesmo em função da complexidade das pendências, é que os olhos estão voltados, já, para os vindos de outubro do próximo ano.

Será, no entanto, um pleito onde vão pesar as conjunturas estaduais, certamente, mas onde também terá peso a questão nacional. O que vai depender, claramente, do prestígio político do governo Lula, até lá.

Fonte: polêmica paraíba
Créditos: polêmica paraíba