Em manobra de última hora, senadores decidiram que a eleição para o comando da Casa será feita em votação aberta. A escolha do novo presidente do Senado será feita ainda nesta sexta-feira (1º).
A decisão foi articulada por opositores do senador Renan Calheiros(MDB-CE), que é candidato. A estratégia é fazer com que o emedebista perca votos por causa da exposição pública que será dada aos senadores que votarem nele.
A sessão foi presidida pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que concorre com Renan Calheiros pelo comando da Casa. Em resposta a questões de ordem que pediam o voto aberto, ele opinou favoravelmente aos requerimentos, mas delegou a decisão ao plenário.
O resultado foi de 50 votos pelo registro aberto e 2 pelo secreto.
O voto aberto contraria o regimento interno do Senado. O regimento da Casa é claro ao definir, em seu artigo 60, que a eleição se dará em “escrutínio secreto”, como sempre ocorreu.
Como presidente interino da Casa, por ser o único membro da Mesa Diretora que manteve o cargo, Alcolumbre se movimentou desde o início do dia para viabilizar sua candidatura.
Após a publicação de norma pelo então secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Melo, que impediria que candidatos presidissem a sessão de eleição, Alcolumbre revogou a norma. Depois, assinou a dispensa do secretário.
Durante a sessão, Renan chegou a interromper o discurso do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) —que é favorável ao voto aberto—, para lembrar episódio em que Tancredo Neves chamou de “canalha, canalha” o senador Auro de Moura Andrade, que no golpe militar de abril de 1964 havia declarado vaga a Presidência da República.
“Canalha! Canalha!”, repetiu Renan, em tom exaltado, em direção à Mesa do Senado, presidida por Alcolumbre.
Fonte: uol
Créditos: uol