O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, negou nesta segunda-feira que o Palácio do Planalto esteja articulando para proteger o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, por interesse em manter longe da pauta uma abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo Edinho, a bancada do PT tem “total autonomia” para exercer suas posições dentro do Congresso da forma que achar melhor. Na semana passada, os petistas que são membros do Conselho de Ética chegaram atrasados à sessão em que seria lido o relatório de abertura de processo contra Cunha.
— Os assuntos internos do Legislativo não são assuntos do governo.
O governo é formado pelo PT e outros partidos da coalizão. O PT tem total autonomia de construção das suas posições dentro do Legislativo. O diálogo do governo é para criar uma agenda de interesse do país e do povo brasileiro e essa agenda passa pela aprovação do ajuste e retomada do crescimento — disse Edinho após reunião de Dilma com seus principais ministros no Planalto.
O ministro disse que o governo trabalha, junto ao Legislativo, para convencer deputados e senadores de que a aprovação da CPMF é ponto fundamental para que o país possa equilibrar as contas e partir para uma nova fase, de saída da crise.
— O governo está dialogando com o Congresso sobre a importância da aprovação da CPMF porque ela cria as bases do equilíbrio fiscal. É uma medida transitória para que a gente possa retomar o crescimento. Essa é a agenda que interessa o povo — ponderou.
O GLOBO mostrou nesta segunda-feira que o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) convocou uma reunião com deputados do PT descontentes para a noite de hoje. Já Cunha, fiel ao seu estilo de se defender atacando, afirmou ontem que é “furado” acharem que ele vai cair antes de decidir sobre o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que promete fazer antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro. Cunha disse ainda que “não existe qualquer hipótese” de se afastar do cargo.
O Globo