“Por quanto tempo a população sustentará medidas que apontam para o rebaixamento de seu padrão de vida?”.
Quem faz o alerta é o economista Marcio Pochmann, 53, presidente da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Para ele, o ajuste do governo é um equívoco, reforça o baixo dinamismo da economia e ameaça direitos conquistados.
Ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Pochmann diz que a agenda de futuro do país está sendo bloqueada pela “ditadura do curtoprazismo”, lógica do mercado financeiro.
Contra essa corrente, ele e dezenas de intelectuais lançaram, na semana passada, um documento com sugestões de mudanças políticas e econômicas: “Por um Brasil Justo e Democrático”.
Em entrevista, ele critica o que vê como resistência da elite à ascensão dos pobres e avalia que o governo pode dar uma virada à esquerda.
Folha de S. Paulo