O prefeito de São Paulo, João Doria, concedeu uma entrevista ao jornalista Pedro Venceslau, em que explicitou ainda mais a traição a seu padrinho Geraldo Alckmin. Além disso, pela primeira vez, admitiu a possibilidade de deixar o PSDB.
Nela, Doria voltou a insinuar que é mais forte do que Alckmin. “Ao meu ver, sim. Se alguém tiver dúvida em uma pesquisa, que faça duas. Se tiver dúvida em duas, que faça três. Não ouvir o povo pode ser um erro fatal para o PSDB”, diz ele, que tem aparecido com uma rejeição pouco menor do que a de Alckmin
Sobre abandonar o ninho tucano, ele foi claro: “Não tenho intenção de mudar de partido, mas é sempre bom ouvir de outros partidos que você é bem-vindo. Não é só o PMDB e o DEM. Outros dois partidos tiveram a gentileza e a delicadeza de abrir as portas caso necessário”.
Doria já recebeu convites de Michel Temer para ser o candidato presidencial pelo PMDB, mas é um aposta arriscadíssima, uma vez que Temer, com 93% de rejeição, é a personalidade política mais repudiada do Brasil.
Na entrevista, Doria também abrandou seu discurso de ódio. “Sua reação pode ser diferente. Sou um conciliador. Sempre fui uma pessoa integradora. Eu respeito as pessoas. Embora eu seja firme na defesa das minhas posições, nunca desqualifiquei e xinguei”, disse ele, antes de ser lembrado que vinha chamando a presidente deposta Dilma Rousseff de anta. “Não foi a melhor posição. Até me desculpei em relação a isso. Não precisava me referir a ela dessa maneira. Reafirmo minhas desculpas.”
Doria mudou seu discurso depois que dois fatores fizeram disparar sua rejeição – o estilo rasteiro e agressivo, somado ao fato de ter decidido passar a maior parte do tempo em viagens inúteis, assumindo ainda o discurso de que pode gerir São Paulo pelo celular.
Brasil 247
Fonte: Brasil 247