O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) foi preso pela Polícia Federal, na noite desta quinta-feira (19), ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Natal. A prisão preventiva dele foi determinada na sétima fase da Operação Calvário – juízo final, deflagrada na última terça-feira (17).
Ao Polêmica Paraíba, a assessoria da Polícia Federal informou que o socialista será trazido para João Pessoa. Conforme aponta o Ministério Público, Coutinho é suspeito de liderar uma organização criminosa que desviou cerca R$ 134,2 milhões por meio de contratações de Organizações Sociais para gerir equipamentos públicos do Governo do Estado dos setores de saúde e educação.
Mais cedo, a defesa do ex-governador havia informado à reportagem que ele se entregaria ‘em breve’ e que recorreria ao Superior Tribunal de Justiça contra a decisão. Além de Coutinho, a Justiça determinou a prisão preventiva contra outras 17 pessoas, dentre elas a deputada estadual Estela Bezerra, que chegou a ser detida, mas ganhou a liberdade depois que a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) deliberou por revogar a prisão preventiva.
Calvário
A Polícia Federal deflagrou, na manhã da última terça-feira (17), a Operação Calvário – Juízo Final, para combater organização criminosa atuante em desvio de recursos públicos destinados aos serviços de saúde no Estado da Paraíba, por meio de fraudes em procedimentos licitatórios e em concurso público, corrupção e financiamento de campanhas de agentes políticos, bem como superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.
A operação, realizada em conjunto com o o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado GAECO/PB, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União – CGU, apura desvio de recursos públicos na ordem de R$ 134,2 milhões, dos quais mais de R$ 120 milhões teriam sido destinados a agentes políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018.
A sétima fase da operação mirou o ex-governador Ricardo Coutinho e a deputada estadual Estela Bezerra. O ex-governador estava viajando de férias. O nome dele foi incluído na difusão vermelha da Interpol.
A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao Governo do Estado. Os policiais foram à Granja Santana e ao Palácio da Redenção. Por meio de nota, o Poder Executivo informou que está ‘colaborando’ com as investigações.Cerca de 350 Policiais Federais, além de Procuradores da República e auditores da CGU deram cumprimento a 54 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiânia e Paraná.
De acordo com as investigações, organizações sociais organizaram uma rede de prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores, com a celebração de contratos com sobre-preço na gestão dos Hospitais de Trauma, de Mamanguape/PB e o Metropolitano em Santa Rita/PB.
De modo a se blindar de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, a organização pagou reiteradamente vantagens indevidas, valendo-se de contratos de “advocacia preventiva” ou contratos de “advocacia por êxito”, de modo a ocultar ou dissimular a natureza, origem, disposição e movimentação dos valores.
Verificou-se ainda o uso eleitoral dos serviços de saúde, com direcionamento de atendimentos e fraude no concurso de pré-seleção de pessoal do Hospital Metropolitano no ano de 2018. Conforme a Polícia Federal, os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes poderão responder pelos crimes previstos de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção passiva e ativa.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba