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Documentos desmentem presidente da Câmara Municipal de Campina Grande

Ofício da secretaria da Agricultura, já acostado aos autos no MPE, confirma a denúncia de Wilton Maia e informa que a vereadora “dava expediente no turno da tarde, totalizando 30 horas semanais”.

É complicadíssima a situação da presidente da Câmara Municipal de Campina Grande, Ivonete Ludgério (PSD), pelo menos do ponto de vista moral e ético, acusada que foi por acúmulo ilegal de rendimentos e, agora, flagrada pelo Ministério Público Estadual com a “mão na massa” podendo vir a ser chamada de MENTIROSA, o que se traduziria em falta gravíssima ao Regimento Interno do Poder que dirige e até mesmo à Lei Orgânica do Município.

A acusação contra Ivonete foi feita no plenário da Câmara pelo sindicalista Wilton Maia, suplente de vereador que na condição de servidor efetivo da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) preside o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUP). Segundo ele, a vereadora recebe mais de R$ 20 mil por mês como presidente da Casa Félix Araújo e mais de R$ 6 mil como servidora efetiva da Secretaria municipal da Agricultura, onde não daria expediente há anos.

Ivonete com irritação desmentiu o acusador, taxando-o de “moleque”, e garantiu que se licenciara da PMCG tão logo se elegeu vereadora. Mas, investigação aberta pelo MPE hoje tornada pública pelo jornalista Arimatéia Souza no portal “Paraibaonline-coluna Aparte”, mostra que a estória dela tem blefes.

Ofício da secretaria da Agricultura, já acostado aos autos no MPE, confirma a denúncia de Wilton Maia e informa que a vereadora “dava expediente no turno da tarde, totalizando 30 horas semanais”.

O detalhe que mais incrimina Ivonete Ludgério está também em importante informação contida no álbum processual: outro ofício da secretaria, datado de setembro deste ano, registra que ela “atua regularmente no exercício funcional e que há compatibilidade de horário com as suas funções legislativas”.

O Ministério Público Estadual pediu para a secretaria cópias das folhas de ponto, assinadas pela vereadora, mas a solicitação não foi atendida, sob alegação de que “não há exigência de folha de ponto para trabalho externo”.

Como se deduz, o trabalho da vereadora na Agricultura não lhe obrigava a sequer plantar um pé de coentro ou quebrar milho em algum roçado municipal, uma vez que não havia qualquer tipo de acompanhamento laboral, nem mesmo quando ela, a serviço do outro empregador (o Legislativo) montava campanas em Brasília a título de cabalar emendas parlamentares.

“Ela quebrou o decoro. Era bom que algum parlamentar tivesse coragem de enquadrar a presidente porque ela mentiu enquanto estava no uso de suas funções”, reiterou hoje o sindicalista.

Fonte: A Palavra Online
Créditos: A Palavra