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DISPUTAS HISTÓRICAS: Relembre os políticos paraibanos famosos com mais derrotas em eleições

A política é uma ciência muito dinâmica. Candidatos se mantém no mesmo cargo por décadas, enquanto outros aparecem e somem da vista dos eleitores em um passe de mágica.

DISPUTAS HISTÓRICAS: Relembre os políticos paraibanos famosos com mais derrotas em eleições

A política é uma ciência muito dinâmica. Candidatos se mantém no mesmo cargo por décadas, enquanto outros aparecem e somem da vista dos eleitores em um passe de mágica.

Aqui na Paraíba, temos verdadeiras dinastias que se perpetuam em Prefeituras e no poder legislativo, o que traz uma sensação de menor rotatividade nas Assembleias e Câmaras Municipais.

Mas isso não é uma regra pré-estabelecida e vários políticos famosos que ficaram no centro dos holofotes por décadas, nem sempre foram vitoriosos em suas carreiras.

Nessa matéria nós iremos apresentar 9 casos de políticos famosos que mais perderam eleições na Paraíba

Vital do Rêgo – (Perdeu 6 de 10 Eleições) Formou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Recife, em 1958. No mesmo ano iniciou sua carreira política ao eleger-se deputado estadual pelo PSD.

Empossado em janeiro de 1959, virou líder do governo Rui Carneiro e integrou ainda a Comissão de Justiça e Orçamento. Nas eleições de 1962, foi eleito deputado federal filiado a UDN.

Com o movimento que derrubou o presidente João Goulart em março de 1964, Vital do Rêgo filia-se à ARENA após o Ato Institucional Número Dois excluir os demais partidos do cenário político, reelegendo-se para um novo mandato de deputado federal. Após três vitórias consecutivas, concorreu à prefeitura de Campina Grande em 1968, pelo MDB ficando no terceiro lugar. Em janeiro do ano seguinte, seu mandato de Deputado foi cassado, quando teve os direitos políticos suspensos por 10 anos.

Após ficar mais de uma década fora da política, decidiu disputar as eleições municipais em Campina Grande no ano de 1982, filiado ao PDS. Mesmo tendo o apoio do Prefeito Enivaldo Ribeiro, Vital não conseguiu derrotar Ronaldo Cunha Lima, que também voltava a disputar eleições depois de 10 anos afastado da política.

Em 1990, voltou a vida pública, quando se elegeu Deputado Federal pelo PDT, tendo a quinta maior votação estadual, naquela que foi sua última vitória. Depois disso, Vital disputou mais quatro eleições, sem sucesso. Tentou a reeleição novamente pelo PDT em 1994, ficando apenas como suplente, fato que se repetiu em 1998. Ainda tentou retornar a Câmara em 2002, filiado ao PSB e em 2006 no PPS (atual Cidadania), sem conseguir se eleger.

Avenzoar Arruda(Perdeu 5 de 7 eleições) Avenzoar disputou sua primeira eleição em 1992, quando se tornou Vereador da capital ao atingir 1.027 votos. Considerado um dos principais nomes da esquerda no estado, disputou o Governo Estadual em 94, quando ficou na terceira colocação com mais de 70 mil votos.

Mesmo com a boa votação na disputa para o Governo, fica apenas na suplência na disputa pela reeleição na Câmara Municipal, mas consegue se reerguer ao se tornar o primeiro Deputado Federal paraibano eleito pelo PT no pleito de 1998. Nas eleições seguintes, não tenta um retorno para Brasília, ao se candidatar para o Governo pela segunda vez. Consegue melhorar a votação que teve em 1994, mas fica mais uma vez na terceira colocação ao atingir um pouco mais de 200 mil votos.

Ainda tenta sem sucesso, ser Prefeito da Capital em 2004 e Deputado Estadual em 2006, naquela que foi a sua última eleição.

Gilvan Freire – (Perdeu 5 de 7 eleições) Freire disputa sua primeira eleição aos 23 anos, em 1972, quando fica na suplência por uma das vagas a Câmara Municipal de Patos. Após vir para a capital, focou sua atenção para o direito, até 1990 quando decidiu disputar uma das vagas para a Assembleia.

Eleito com pouco mais de 7 mil votos, Gilvan se destacou, sendo líder do Governo Ronaldo e Presidente da Assembleia em seu primeiro mandato. Esses predicados o levaram a alçar voos mais altos, se tornando Deputado Federal, ao ser o terceiro mais votado do pleito, com mais de 57 mil votos.

Com o racha no MDB entre Ronaldo e Maranhão um pouco antes da eleição de 1998, Gilvan decidiu seguir com a ala dos Cunha Lima, saindo do partido, sendo colocado como candidato de oposição ao Governador pelo PSB. José Maranhão conseguiu se reeleger ao atingir mais de 80% dos votos, enquanto Freire ficou com 16%.

Ainda tentou ser Deputado Estadual em 2002 e 2010 e Federal em 2006, tendo boas performances, mas sem conseguir se eleger.

Inaldo Leitão – (Perdeu 4 de 6 eleições) Professor Universitário e Procurador do Estado, Inaldo disputou sua primeira eleição em 1990, quando concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa, não conseguindo se eleger, obtendo 5.945 votos. Mesmo com a derrota, foi alçado a Secretário de Justiça e Presidente do Conselho de Coordenação Penitenciária no Governo Ronaldo Cunha Lima.

Pautado pela força no Governo, retornou no pleito seguinte, se tornando Deputado Estadual com 13.897 votos. Durante o mandato foi líder do Governo Maranhão e Presidente da Assembleia entre 1997 e 99. Preferiu não disputar a reeleição, para tentar uma vaga na Câmara Federal, sendo o terceiro mais votado ao ter mais de 70 mil votos.

Em 2002, não conseguiu se reeleger, ficando apenas na primeira suplência. Porém, a cassação de Damião Feliciano, colocou Inaldo de volta à Câmara. No pleito seguinte, conquista boa votação, mas que não foi suficiente para um terceiro mandato.

Após ficar 12 anos fora da política, ensaiou um retorno nas Eleições de 2018, mas acabou desistindo de participar mesmo com a sua candidatura já oficializada no TSE.

Vituriano de Abreu – (Perdeu 7 de 10 eleições) A carreira política de Vituriano começa em 1982, quando é derrotada por Epitácio Leite Rolim na disputa pela Prefeitura de Cajazeiras. Seis anos depois, consegue se tornar Prefeito ao derrotar o ex-Prefeito Chico Rolim.

A gestão em Cajazeiras o credenciou a voos mais altos e uma candidatura a Câmara Federal no pleito de 1994, onde ficou na segunda suplência do MDB. A boa votação em sua primeira disputa estadual deu a Vituriano a oportunidade de retornar a Prefeitura de Cajazeiras em 96, mas no segundo embate entre Abreu e Epitácio Leite Rolim, o resultado de 82 se repetiu e Rolim venceu em uma disputa acirradíssima.

Dois anos depois se coloca em mais uma disputa estadual se elegendo Deputada Estadual ao atingir mais de 14 mil votos. Decide tentar mais um retorno a Prefeitura no pleito de 2000, mas é derrotado pelo candidato do Prefeito Epitácio, o médico Carlos Antônio. Essa foi a primeira de uma sequência de derrotas que Vituriano sofreu, ao não conseguir se reeleger na Assemblei em 2002 e como segundo suplente de Senador de Ney Suassuna em 2006.

O rito de vitórias retorna após mais de 10 anos no pleito de 2010, quando Vituriano retorna a Assembleia com mais de 24 mil votos. Mas essa vitória não se materializou em sua primeira reeleição, quando fica apenas na terceira suplência do PSC, tendo apenas 14 mil votos, naquela que foi sua última eleição

Álvaro Gaudêncio Neto – (Perdeu 9 de 13 eleições) Nasceu em uma família de políticos: seu avô, Álvaro Gaudêncio de Queiroz, foi deputado federal durante 20 anos; os tios, Álvaro Gaudêncio Filho e Manoel Gaudêncio, também foram deputados – o primeiro atuou na Câmara Federal entre 1971 e 1987, e o segundo exerceu 3 mandatos na Assembleia Legislativa. Seu tio-avô José Gaudêncio Correia de Queirós foi Senador e Deputado Federal, e seu primo Bruno Gaudêncio foi Vereador e também Deputado Estadual nos anos 90.

Seguindo os passos de sua família, Álvaro Neto se elegeu Vereador de Campina Grande em 1976, com apenas 19 anos. Reeleito em 82, licenciou-se do mandato de vereador para assumir a Secretaria de Indústria e Comércio no Governo de Milton Cabral, onde ficou até março de 1987, já na administração de Tarcísio Burity.

Em 1988, foi indicado a vice na chapa de Edvaldo do Ó, que ficou em quarto lugar no pleito municipal que elegeu o então deputado federal Cássio Cunha Lima para a prefeitura de Campina Grande. No ano seguinte migrou para o PFL, onde foi eleito Deputado Estadual em 1990, com 12.375 votos.

Em 1992, concorreu à prefeitura de Campina Grande pelo mesmo PFL, ficando em terceiro lugar. Dois anos depois, candidatou-se a deputado federal, se elegendo com 34.094 votos, naquela que foi sua última vitória. Tentou se reeleger em 1998, mas os 43.878 votos que obteve não foram suficientes para garantir mais 4 anos de mandato. 

Foi candidato a Vice na chapa encabeçada por Enivaldo Ribeiro em 2000, pleiteando um retorno a Câmara mais três vezes, e a Assembleia outras duas, sendo a última eleição em 2018, obtendo apenas 3.985 votos.

Enivaldo Ribeiro – (Perdeu 6 de 13 eleições) A carreira política de Enivaldo Ribeiro começa com três vitórias seguidas, sendo a mais importante a vitória na disputa para Prefeito de Campina Grande em 1976. A sequência seguinte foi a inversa, com três derrotas consecutivas, sendo duas em disputas para Prefeito (1988 e 1992) e como Vice-Governador na chapa encabeçada por Wilson Braga em 1990.

Após esse mau momento, Enivaldo passou por mais um período de altos e baixos, sendo Deputado Federal por três legislaturas seguidas entre 1995 e 2006 e mais duas derrotas em disputas para a Prefeitura de Campina Grande em 1996 e 2000.

Enivaldo fica na primeira suplência e não consegue um quarto mandato de Deputado Federal em 2006, mas retorna para a política 10 anos depois, se elegendo Vice-Prefeito na chapa encabeçada por Romero Rodrigues em Campina Grande, naquela que foi sua última eleição.

Marcondes Gadelha – (Perdeu 6 de 13 eleições) Marcondes Gadelha foi eleito Deputado Federal pela primeira vez em 1970 filiado ao MDB, se reelegendo nos pleitos de 1974 e 1978.

Marcondes deixou a legenda, indo para o PDS onde formou a chapa vencedora ao lado de Wilson Braga, na eleição de 1982, se tornando Senador ao vencer uma acirrada disputa contra Pedro Gondim. Ao lado de Braga se filiou ao PFL visando o pleito de 1986, quando perdeu o Governo do Estado para Tarcísio Burity.

Em 1989, alçou voos ainda mais altos, candidatando-se a vice-presidente, na chapa de Silvio Santos, pelo PMB. Mas o registro da chapa Silvio–Marcondes foi impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por conta do cancelamento do registro do partido, a pedido da campanha de Fernando Collor.

Tentou um retorno ao Senado em 1990, mais uma vez filiado ao PFL, ficando na segunda colocação. Após ficar na suplência da Câmara em 1994, Gadelha retorna a Brasília em 1998, ficando outra vez na suplência em 2002, sempre nos quadros do PFL. Logo após as eleições, ingressou no PTB, ficando no partido até o pleito de 2006, quando foi eleito Deputado Federal filiado ao PSB.

A partir de 2009, foi para o PSC, onde disputou a suplência do Senado na chapa de Wilson Santiago em 2010, que acabou ficando na terceira colocação. Disputou outra vaga em Brasília, nas eleições de 2014, quando ficou na suplência, assumindo o cargo após a morte de Rômulo Gouveia em 2018.

Lucélio Cartaxo – (Perdeu as 3 que disputou) A carreira de Lucélio na política começa de forma repentina, quando ele é escolhido como candidato ao Senado na chapa formada por PT e MDB. Com apenas uma única vaga em disputa, Lucélio surpreende ao ter mais de 520 mil votos, mas acaba ficando atrás do Senador José Maranhão.

Quatro anos depois retorna para disputar um cargo ainda maior, quando é colocado como candidato ao Governo do grupo de oposição, tendo a mulher de Romero Rodrigues como sua Vice. Lucélio fica na segunda colocação ao atingir 23,41% dos votos, mas é derrotado em primeiro turno, pelo então Secretário João Azevêdo, nome indicado por Ricardo Coutinho.

A última eleição de Cartaxo foi a de 2022, quando foi candidato a Deputado Federal, ficando apenas na terceira suplência do PT ao atingir pouco mais de 14 mil votos.

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba