quem quer pegar galinha não diz “xô”

A DIPLOMACIA DO VICE: Apesar do que está em jogo, Manoel Júnior não se precipita - Por Lena Guimarães

Manoel confirma que há uma diretriz aprovada pela Executiva do PMDB de candidatura própria para 2018, lembra que o PSDB e o PSD também têm nomes fortes, mas acredita que a unidade da oposição será preservada, com a escolha do candidato seguindo a preferência popular, aferida em pesquisas. Todos teriam chance.

LENA GUIMARÃES

Foi o PSDB, pelo prefeito Romero Rodrigues (Campina Grande), quem primeiro questionou a hegemonia de Luciano Cartaxo no bloco oposicionista, para a candidatura ao governo do Estado. Fez mais: passou a competir com o pedessista. Porém, é a possibilidade do PMDB assumir uma candidatura própria, a de José Maranhão, que está ameaçando a vitoriosa aliança de 2016, que reuniu PSDB, PMDB, PSD e PP.

Por que José Maranhão? Não apenas por ser o presidente do PMDB, mas por ter o controle do Diretório Estadual; por ser reconhecido pelo que fez nas três oportunidades que governou o Estado; por ter condições de assumir o risco da candidatura, uma vez que seu mandato de senador vai até 2023.

Enquanto Romero Rodrigues depende de uma decisão do PSDB, que segue o senador Cássio Cunha Lima, no PMDB o que Maranhão diz tem o poder de uma sentença. Já enfrentou – e venceu – movimentos liderados por Wilson Santiago, Veneziano Vital do Rêgo e Raimundo Lira. A fidelidade dos históricos, como Roberto Paulino – sempre descompensa a favor dele.

Certamente por conhecê-lo como poucos, e também a realidade partidária, é que o vice-prefeito Manoel Júnior evita confronto. Se Cartaxo for o candidato a governador, ele herdará a Prefeitura da Capital em sete meses. Mas a condição para o prefeito sair é o respaldo de uma aliança forte. Sem isso, fica no cargo e o peemedebista, que renunciou a um mandato de deputado federal, continuará como coadjuvante.

Apesar do que está em jogo, Manoel Júnior não se precipita. Elogia Maranhão, sua história, sua capacidade de discernimento. Diz que é por isso que descarta uma aliança do PMDB com Ricardo Coutinho (PSB), que foi quem mais traiu o partido e seu comandante. Justificou até as conversas entre eles, observando que um senador não pode se negar a discutir as questões do Estado.

Manoel confirma que há uma diretriz aprovada pela Executiva do PMDB de candidatura própria para 2018, lembra que o PSDB e o PSD também têm nomes fortes, mas acredita que a unidade da oposição será preservada, com a escolha do candidato seguindo a preferência popular, aferida em pesquisas. Todos teriam chance.

Lá no meu Sertão aprendemos que quem quer pegar galinha não diz “xô”, mas “ti-ti-ti”, enquanto joga milho. Manoel Júnior está seguindo essa sabedoria.

Fonte: http://portalcorreio.com.br/
Créditos: Lena Guimarães