Dilma, sarada, pedala com supertreinador para manter a forma

Flagrada andando de bicicleta nos arredores do Palácio da Alvorada, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff vem chamando a atenção da imprensa nos últimos dias pelos hábitos saudáveis que a fizeram perder 15kg desde o ano passado.

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Flagrada andando de bicicleta nos arredores do Palácio da Alvorada, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff vem chamando a atenção da imprensa nos últimos dias pelos hábitos saudáveis que a fizeram perder 15kg desde o ano passado.
A perda de peso tem sido atribuída apenas à dieta prescrita pelo médico argentino Máximo Ravenna, criador do método que propõe a ingestão reduzida de calorias e oferece acompanhamento multidisciplinar.

Um olhar mais atento na foto acima, no entanto, revela que Dilma Rousseff conta também com a consultoria de um técnico esportivo de dar inveja a qualquer atleta que sonha em competir nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Confundido com segurança palaciano nas fotos que ganharam as manchetes dos principais veículos de comunicação nos últimos dias, o professor de Educação Física Edilberto Santos Barros é muito discreto. Ele trabalha, de acordo com o seu currículo publicado na página da internet do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), como “professor chefe do Setor de Preparação Física da Presidência da República desde 1990”.

Segundo fonte do Palácio do Planalto, ele é o responsável pela elaboração das planilhas de treinamento da presidente que incluem, além das pedaladas, caminhadas, musculação leve e alongamento. “A presidenta respeita muito o trabalho dele. Ele é muito experiente, e acho até que já treinou outros presidentes”, disse ao Fato Online.

Mestre e doutorando em Educação Física, Edilberto Barros possui formação nível 5 (nível máximo) para treinadores da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, em inglês). Além dele, no Brasil, apenas o técnico Adauto Domingues, que treina Marílson Gomes dos Santos (bicampeão da Maratona de Nova York), possui a mesma credencial.

Com tamanha experiência, Barros foi convocado para treinar a seleção brasileira de atletismo em vários torneios internacionais e já treinou individualmente vários campeões nacionais. Entre eles, Diego Chaval (campeão brasileiro dos 800m), Bruno Goes (campeão brasileiro dos 100m e 200m), João Eufrázio dos Santos Neto (campeão brasileiro dos 4x400m e 400m com barreiras).

Para a sorte da presidente, apesar de ter treinado vários atletas masculinos, foi com duas mulheres que Edilberto se consagrou no mundo esportivo: Lucélia Peres, a última das cinco brasileiras a vencer a Corrida Internacional de São Silvestre (2006); e Mariana Ohata, que competiu nas Olimpíadas de Sidney (2000) e de Atenas (2004).

Lucélia também foi tricampeã da tradicional Volta da Pampulha e conquistou a medalha de bronze (10.000m) nos Jogos Panamericanos do Rio 2007. Em 2008, depois de alcançar o índice para participar da Olimpíada de Pequim, a atleta sofreu uma contusão que a tirou da competição.

Apesar da trajetória vitoriosa no esporte de alto rendimento, o educador físico ocupa uma função estratégica no Palácio do Planalto e, por isso, precisou se dedicar a outras especialidades. Afinal, mesmo com a pressão que os chefes de Estado precisam administrar, eles não são atletas de intensa performance.

Projeto social

O professor Edilberto Barros é natural do Maranhão e há anos desenvolve trabalhos voluntários em comunidades pobres, utilizando o atletismo como ferramenta de transformação social. Foi em um desses trabalhos que ele identificou o talento da então garotinha Lucélia Peres e investiu toda a sua dedicação para transformá-la em campeã.
Muitas vezes, segundo alguns colegas de profissão, o professor investiu mais do que seu tempo na preparação da atleta. Natural de Paracatu (MG), Lucélia é de família simples e morava no Paranoá, nos arredores de Brasília. Frequentemente não tinha dinheiro para chegar ao treino no Plano Piloto (distante cerca de 30 km), e Edilberto não hesitava em oferecer ajuda financeira para custear as passagens de ônibus.
Depois de concluir pós-graduação em fisiologia do exercício e treinamento esportivo pela Universidade Católica de Brasília, ele se especializou em qualidade de vida, exercício, envelhecimento e imunidade.

Presidente entra em forma

“Tem que fechar a boca e fazer uma ginasticazinha. Não tem regime fácil”.Dilma Rousseff, presidente da República

Tanta dedicação aos exercícios e a privação alimentar têm apresentado resultados positivos. A cada entrevista coletiva, a boa forma da presidente é elogiada pelos jornalistas e demais interlocutores. Nos últimos tempos, Dilma sempre ressalta a importância da prática esportiva e da alimentação saudável.

Após reunião no Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, em maio, a silhueta visivelmente mais magra inspirou o prefeito do Rio de Janeiro a chamá-la carinhosamente de “Dilminha olímpica”.

Na ocasião, a presidente lembrou que tem 67 anos e contou que a fórmula é “manter uma alimentação saudável” e “fazer exercício físico”. “Você tem de manter uma alimentação saudável e tem de fazer exercício físico. Você vai evitar uma doença de coração, melhorar sua qualidade de vida e vai gastar menos dinheiro com remédio. Tem que fechar a boca e fazer uma ginasticazinha. Não tem regime fácil.”

Nesta sexta-feira (5), Dilma saiu para pedalar mais uma vez com o instrutor e com o segurança, por volta das 7h. Dessa vez, não se incomodou em se exibir para os fotógrafos e realçar sua forma atlética. Descontraída e sorridente, Dilma pedalou por cerca de 20 minutos fora do Palácio do Alvorada e nem percebeu uma enorme placa de um lava-jato que aparece no enquadramento da imagem, para alegria dos fotógrafos. Ela seguiu pela pista do Setor de Clubes Sul até a Concha Acústica, num percurso de três quilômetros, e retornou.