A presidente Dilma Rousseff deverá fazer um ajuste gradual na economia. A tendência é antecipar o nome do novo ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega.
Na avaliação do governo, é importante indicar logo o ministro da Fazenda para ele montar seu time e sugerir à presidente uma estratégia de ação.
Certamente, haverá um sinal fiscal mais duro para o ano que vem, mas a expressão em alta no governo é ajuste gradual de médio prazo e crível.
Na quarta, o senador Aécio Neves, candidato derrotado do PSDB, deverá fazer um discurso no Congresso para falar das primeiras medidas do segundo mandato de Dilma.
Há uma preocupação da presidente em rebater críticas de ter dito uma coisa na campanha e passar a fazer outra na economia após a reeleição. Por exemplo: deverá dizer que o aumento dos juros pelo Banco Central é resultado da autonomia operacional que o Palácio do Planalto concede. Dilma deverá dizer que isso é diferente de independência do Banco Central, que pressupõe autonomia legal e presidente e diretores com mandatos fixos. Ou seja, além de tomar as medidas econômicas, haverá um discurso político para justificá-las.
Em relação ao aumento da taxa de juros de 11% para 11,25% ao ano, o discurso será de que se trata de uma medida para melhorar as expectativas em relação à inflação que teriam sido deterioradas na campanha. Teria sido também um medida para evitar uma desvalorização excessiva e rápida do real em relação ao real, o que geraria mais inflação numa hora em que o aumento dos preços já é preocupante. Há interesse em que haja no segundo mandato uma desvalorização do real, para ajudar exportadores e a indústria nacional, mas de uma maneira gradual.
Blog do Kennedy