Foi claro e direto o recado que Dilma Rousseff passou a Lula e ao PT, na conversa que tiveram em São Paulo, no último dia 13: ainda que o partido possa querer escondê-la na campanha, a ex-presidente vai defender o próprio governo publicamente sempre que julgar necessário.
Na conversa, que durou mais de quatro horas e foi testemunhada por Gleisi Hoffman e Aloizio Mercadante, Dilma afirmou que não pensa em se candidatar a nada em 2022. A ex-presidente também disse a Lula que não vê razão para pressa em anunciar que Geraldo Alckmin será seu candidato a vice. Dilma não é fã dessa aliança, assim como a própria Gleisi.
Mas, pelo silêncio dos outros, ela entendeu que a questão está decidida e não há mais volta. Foi essa a impressão que Dilma transmitiu aos aliados com quem conversou com o encontro. A esses interlocutores, Dilma costuma repetir que sabe não fazer parte da estratégia de campanha e nem dos planos de Lula para um eventual governo, mas que não pretende se esconder.
O próprio Lula deixou claro como vai agir em relação à antecessora. “O tempo passou, tem muita gente nova no pedaço e eu pretendo montar o governo com muita gente nova, muita gente importante e com muita experiência também”, disse Lula, ao ser questionado sobre a possibilidade de sua sucessora participar de um eventual governo seu.
“A Dilma é uma pessoa pela qual eu tenho o mais profundo respeito e carinho. A Dilma tecnicamente é uma pessoa inatacável, tem uma competência extraordinária. Onde ela erra, na minha opinião, é na política”, afirmou.
Nesta semana, Dilma terá a primeira oportunidade de defender o legado de seu governo publicamente, para uma plateia formada por petistas. Ela e Lula falarão num evento da fundação Perseu Abramo cujo tema é justamente o legado dos governos do PT.
Será o primeiro evento em que os dois estarão juntos desde dezembro, quando Lula foi homenageado num jantar do grupo de advogados Prerrogativas, em São Paulo. Dilma não foi convidada para o encontro, ao qual compareceram alguns defensores do impeachment, em 2016, e que serviu para sacramentar a aliança com Geraldo Alckmin para ser candidato à vice de Lula.
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba