A presidente Dilma Rousseff negou nesta sexta-feira (22) que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sofra pressão de seu governo para fixar os juros de acordo com os desejos do Palácio do Planalto. Ela, porém, admitiu ter se encontrado com ele na segunda-feira (18), portanto antes da reunião do Copom que decidiu, na quarta, manter a Selic em 14,25% ao ano.
“De maneira alguma [teve pressão]. Agora, eu acho fantástico. O Copom aumenta os juros sistematicamente e ninguém nunca perguntou para mim, nunca, durante todo esse período de aumento, se eu tinha pressionado o Tombini para aumentar os juros”, afirmou.
Ela explicou que esteve com o chefe do Banco Central para alinhavar com ele e com seu ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o posicionamento do Brasil em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial.
O encontro de Dilma e Tombini chegou a ser negado por integrantes do governo. No dia seguinte, terça-feira (19), o presidente do BC soltou um comunicado classificando como “significativas” as novas projeções do FMI sobre o crescimento da economia brasileira.
O sistema financeiro, porém, entendeu a reunião e o posterior comunicado do BC como sinais de interferência do governo.
“Aí a culpa é minha também, né? Eu sou presa por ter cachorro e por não ter”, afirmou.
Questionada se haveria chances de Tombini deixar o BC em razão dos arranhões recentes à sua credibilidade, Dilma devolveu com uma pergunta, sinalizando que a hipótese está fora de cogitação. “A troco?”
PETROBRAS
A presidente afirmou ainda que a Petrobras não vai quebrar e que é um “escândalo” apostar nisso.
“A Petrobras não vai quebrar. Nem 2016, nem em 2017, nem em 2018”, rebateu a petista à Folha nesta sexta-feira (22).
Além disso, apesar do tombo de 5,6% na arrecadação federal em 2015 e de projeções igualmente desanimadoras para este ano, a presidente da República prometeu fechar 2016 com superavit primário.
“Vamos estabilizar a economia garantindo que vamos cumprir o superavit primário. Vamos estabilizar a economia garantindo condições para a queda da inflação”, disse.