abrindo o jogo

DEU ZEBRA:  Reviravolta no caso da operação dos bicheiros revela interferência política na investigação

Em 2017 a Paraíba assistiu a deflagração da operação ‘Erga Omnes’, da Polícia Civil, que desarticulou um grupo que atuava na exploração do jogo do bicho, em João Pessoa. Quase dois anos depois, uma revelação provoca uma verdadeira reviravolta no caso e traz à tona um suposto esquema que envolve a interferência do Governo do Estado, à época, comandado por Ricardo Coutinho. O delegado Lucas Sá, comandante da operação na época, estaria disposto a fazer uma delação premiada e contar tudo sobre a interferência política no caso.

A organização criminosa foi desarticulada por Lucas Sá, que naquela ocasião atuava como titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações. O delegado não está mais na Paraíba, mas agora um pedido seu ao Ministério Público Estadual (MPPB) estaria mexendo com os nervos de vários membros do governo da época e também de empresários.

Lucas Sá quer ser ouvido pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), onde deve abrir o jogo sobre os verdadeiros motivos que levaram ao esfriamento da investigação. Entre essas razões estariam a interferência do Governo do Estado e a suposta tentativa de pagamento de suborno por parte de empresários ao delegado.

O próprio Gaeco teria desconfiado da versão de Lucas Sá como comandante da ação, porque ele quase não fez acusações aos bicheiros. O delegado estaria disposto a fazer uma delação premiada, onde pode revelar todos os bastidores da interferência política que jogou para debaixo do tapete a sujeira escondida por trás do abafamento das informações conseguidas durante a operação.

Para relembrar

Em dezembro de 2017, três estabelecimentos onde funcionavam ‘escritórios’ de casas de jogos de azar foram desarticulados durante uma operação que investigava uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crimes contra a administração pública relativas ao jogo do bicho.

A operação foi resultado de quatro meses de investigação. À época, as investigações da DDF tiveram início após requisição do Ministério Público da Paraíba, que opinou pela condução das investigações a cargo da DDF.

Naquela ocasião, Lucas Sá chegou a relatar à imprensa que de alguma forma os envolvidos haviam ficado sabendo da deflagração da operação e fugiram dos locais alvos de mandados de busca e apreensão. O delegado chegou a afirmar que o vazamento da informação iria ser investigado.

Também era investigada a participação de policiais atuando como seguranças da organização.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba