imenso recuo

Desmoralizaram Marco Aurélio / STF ficou acovardado / Renan não falava sozinho - Por Flávio Lúcio

Mesmo assim, é preciso considerar que trata-se de um imenso recuo, que começou ainda ontem. Mesmo com o berreiro de setores da mídia de que Renan cometia "abuso de autoridade" ao se recusar não apenas a receber a determinação judicial para seu afastamento, como a questionar sua constitucionalidade, Carmem Lúcia correu logo a pautar a discussão, como deveria ter feito antes, e a fingir-se de morta diante do descumprimento da ordem judicial. Ou seja, desmoralizou Marco Aurélio de Mello, que durante a exposição do seu voto parecia pressentir a derrota desmoralizante diante um STF como sempre acovardado. Isso ficou patente hoje.

renam

A vitória de Renan Calheiros sobre o STF demonstra pelo menos duas coisas:

1) que o critério de julgamento das grandes questões da política nacional que continua a prevalecer é o político, ou seja, o afastamento de Renan Calheiros poderia provocar atrasos na pauta de votação do governo Temer, sobretudo para a PEC da morte que limita o gasto público e, por consequência, nas reformas que virão em seguida, como a da Previdência.

2) Mesmo assim, é preciso considerar que trata-se de um imenso recuo, que começou ainda ontem. Mesmo com o berreiro de setores da mídia de que Renan cometia “abuso de autoridade” ao se recusar não apenas a receber a determinação judicial para seu afastamento, como a questionar sua constitucionalidade, Carmem Lúcia correu logo a pautar a discussão, como deveria ter feito antes, e a fingir-se de morta diante do descumprimento da ordem judicial. Ou seja, desmoralizou Marco Aurélio de Mello, que durante a exposição do seu voto parecia pressentir a derrota desmoralizante diante um STF como sempre acovardado. Isso ficou patente hoje.

Foi notável também a preocupação de Rodrigo Janot para evitar que a ideia de “crise institucional” se consolide, já que a PGR é o principal foco do ativismo judiciário que levou à crise atual.

Enfim, a atitude de Renan Calheiros teve pelo menos a serventia de mostrar que o bicho não é tão feio assim. Bastou alguém com poder e “coragem”, agregada um tanto de necessidade, para peitar o judiciário, com apoio do Congresso – o que demonstrou que Renan não falava sozinho – para que assistíssemos a um recuo acelerado.

O STF sai menor do que já era quando resolveu entrar nessa disputa com o Congresso. As portas estão abertas para o contra-ataque ao Judiciário. É o que veremos a seguir?


A crise institucional se amplia com o afastamento de Renan Calheiros da Presidência do Senado. Não pela decisão em si, já previsível depois que o próprio STF o tornou réu na semana passada. A corporação judiciária, ao que parece, quer mesmo ver o circo pegar fogo e combate o incêndio com gasolina. Primeiro, abre um processo contra Renan na semana em que o confronto entre Congresso e Judiciário e no qual o presidente do Senado era um dos principais protogonistas. Em seguida,essa determinação de afastá-lo da Presidência do Senado, isso logo depois das manifestações de ontem em que Renan Calheiros foi o principal alvo coxinha.

 

Fonte: polemica