Um grupo de deputados deve visitar o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nas próximas horas para sugerir que ele renuncie ao mandato para escapar da cassação em plenário e, consequentemente, da suspensão dos direitos políticos por oito anos. Os mensageiros do pedido seriam os deputados Laerte Bessa (PR-DF), Carlos Marun (PMDB-MS), João Carlos Bacelar (PR-BA), além do paraibano Wellington Roberto (PR-PB), fiel aliado do peemedebista.
O principal argumento do grupo é que, com o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética, ele não teria a menor chance de escapar na votação em plenário prevista para as próximas semanas. Pesam contra o deputado o fato de que o Supremo Tribunal Federal o transformou em réu na Operação Lava Jato, em decisão unânime, e a procedência da denúncia por quebra de decoro – segundo a acusação, Cunha mentiu à CPI da Petrobras quando, em março de 2015, negou ter contas secretas no exterior ou ter recebido vantagens de qualquer esquema de corrupção.
Segundo o site Congresso em Foco, o grupo não acredita na possibilidade de reverter a decisão do Conselho por meio da análise dos recursos impetrados pelo grupo pró-Cunha na Comissão de Constituição e Justiça. Com uma eventual renúncia, a votação do relatório de Marcos Rogério (DEM-RO), aprovado por 11 votos a 9, é declarado nulo e, sem o objeto da acusação, Cunha se livra de perder seus direitos políticos.
A conta que os conselheiros de Cunha fazem é que, com a renúncia, Cunha evitaria ficar inelegível até 2026, oito anos após o fim do mandato que teria a cumprir até 2018. Os advogados e amigos do presidente afastado da Câmara acreditam que, se for condenado pela Justiça por crimes como evasão de divisas, ocultação de patrimônio e corrupção, a pena seria menor do que o prazo em que ficará inelegível caso tenha o mandato cassado.
Créditos: Congresso em Foco