Depois da derrota no Conselho de Ética, o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) encontrará problemas sérios para reverter na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário da Casa o indicativo de cassação do mandato. A avaliação é de deputados paraibanos que compõem a CCJ e devem apreciar o recurso que a defesa de Cunha terá cinco dias para apresentar. O parlamentar carioca fala em “nulidades” do processo
O Conselho de Ética aprovou o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) pelo placar de 11 votos a nove. Não foi preciso, sequer, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), votar. Os votos decisivos foram de Tia Eron (PRB-BA), que era dúvida, e, surpreendentemente, de Wladmir Costa (SD-PA). Este último chegou a fazer discurso prévio pró-Cunha. Ao todo, sete deputados paraibanos integram a CCJ e poderão votar.
Os membros titulares entre os paraibanos são Luiz Couto (PT), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e Wellington Roberto (PR), este último integra a tropa de choque da defesa de Cunha. Os suplentes são Benjamin Maranhão (SD), Aguinaldo Ribeiro (PP), Efraim Filho (DEM) e Manoel Júnior (PMDB). Este último, apesar de muito próximo ao presidente afastado da Câmara, abandonou o Conselho de Ética quando viu o risco para sua pré-candidatura a prefeito de João Pessoa.
“Será mantida a decisão do Conselho de Ética. Defendo o combate à corrupção, independente da cor partidária. Presentes as provas da prática ilícita, a pena de cassação deve ser aplicada, conforme afirmou o relator do processo, deputado Marcos Rogério, que, inclusive, é do Democratas”, disse o deputado federal Efraim Filho. O colegiado tem 68 membros, entre titulares e suplentes e não poderá fazer mudanças substanciais na decisão do Conselho de Ética.
Um dos paraibanos membros da comissão disse que, na avaliação dele, as nulidades e inconsistências apontadas por Eduardo Cunha ao longo de oito meses de tramitação do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética se mostraram inócuas. O futuro de Cunha, na visão dele, será mesmo a cassação do mandato. A visão é a de que a pressão popular e o voto aberto vão sepultar as pretensões do parlamentar carioca.
Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Blog de Suetoni