A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República anunciou na noite desta sexta-feira (18) que o deputado Roberto Freire (PPS-SP) será o novo ministro da Cultura (leia a nota ao final desta reportagem).
Freire assumirá o cargo no lugar do diplomata de carreira Marcelo Calero, que pediu demissão do cargo por “divergências” com integrantes do governo (leia a íntegra da carta de demissão mais abaixo).
Quando Michel Temer assumiu o Palácio do Planalto, ainda como presidente em exercício, em maio – após o afastamento da então presidente Dilma Rousseff –, o presidente decidiu extinguir o Ministério da Cultura e transformá-lo em uma pasta vinculada ao Ministério da Educação.
Diante da reação negativa de setores culturais e de artistas, com diversas manifestações pelo país, Temer optou por recriar a pasta. À época, Calero era o secretário de Cultura, convidado por Temer, e se tornou ministro com a recriação.
Segundo o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, Roberto Freire, antes mesmo de Temer assumir como presidente em exercício, já havia sido sondado para comandar o Ministério da Cultura.
Entrevista ao G1
Ao G1, Freire, logo após ser anunciado ministro, disse ter recebido o convite de Temer por telefone, por volta das 19h.
“Ele [Temer] me telefonou, tinha acabado de chegar em casa. Estou em Brasília mesmo. O presidente me convidou e eu aceitei”, relatou.
Em seguida, Freire quis falar sobre o futuro no ministério, e se disse com disposição à “abertura ao diálogo”. “Vou entrar com a mesma disposição para a abertura ao diálogo. De não acirrar processos”, afirmou.
O novo ministro informou que deverá embarcar neste sábado (19) em direção a Recife (PE), onde terá compromissos partidários. Ao G1, ele afirmou que estará de volta a Brasília na próxima segunda (21), para se reunir com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto.
“Vou antecipar minha volta. Eu voltaria só segunda à tarde. Vamos ver ainda quando dá, de acordo com os compromissos [do Temer]”, observou.
Freire confirmou que já havia sido sondado por Temer para assumir o cargo de ministro da Cultura quando o peemedebista ainda articulava a montagem do governo interino, antes mesmo do afastamento de Dilma.
“Na época, ele me convidou e eu aceitei. Mas aí veio a redução do número de ministérios. Na redução, eu falei que não seria problema fazer a integração da Cultura com a Educação. Ficou então só o [ministro da Educação] Mendonça Filho. Aí, por questões do governo, quando recriaram a pasta, Temer chamou o Calero”, relatou o novo ministro.
Carta
Leia abaixo a íntegra da carta de demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero:
Brasília, 17 de Novembro de 2016.
Ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer,
Agradeço a honra a mim concedida com o convite para ser Ministro de Estado da Cultura do Brasil de seu governo.
Venho solicitar minha demissão em caráter irrevogável por razão de ordem pessoal.
Durante os últimos seis meses, empreguei o melhor dos meus esforços, apoiado por uma equipe de extrema qualidade para pensar a política cultural brasileira.
Saio do Ministério da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo o que era possível fazer, frente os desafios e limitações com os quais me defrontei. E que o fez de maneira correta e proba.
Respeitosamente,
Marcelo Calero Faria Garcia
Nota
Leia, abaixo, a íntegra da nota divulgada pelo Palácio do Planalto para informar que o deputado Roberto Freire será o novo ministro da Cultura:
O ministro Marcelo Calero pediu demissão. O presidente Michel Temer aceitou e convidou o deputado Roberto Freire para assumir o Ministério da Cultura. Ele aceitou.
Fonte: G1