Deputado mais novo da história da Câmara comandará caça a corruptos e corruptores 

O que chamou atenção no primeiro dia de trabalho da comissão foi a pouca idade do parlamentar. Ele tem apenas 25 anos e tinha oito anos no governo FHC, quando começaram as irregularidades na estatal, segundo um dos delatores do esquema.

CPI da Petrobras elege Hugo Motta, 25 anos, para presidência
Brasil Post  |  De Grasielle Castro

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A CPI da Petrobras elegeu nesta quinta-feira (26) o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) por 22 de 27 votos para presidir o colegiado e o ex-ministro Luiz Sérgio (PT-RJ) para a relatoria. Os conchavos políticos de quem ficaria com cada cargo já tinham sido acertados na semana passada entre peemedebistas e petistas.

O que chamou atenção no primeiro dia de trabalho da comissão foi a pouca idade do parlamentar. Ele tem apenas 25 anos e tinha oito anos no governo FHC, quando começaram as irregularidades na estatal, segundo um dos delatores do esquema.

Questionado sobre a idade para uma tarefa que exige experiência política, o deputado assegura que não deixará a desejar. “Neste momento, a idade é o menor critério”, garante o parlamentar, que está na segunda legislatura.

Eleito em 2010 pela primeira vez, Motta se tornou o deputado mais jovem da história do País, aos 21 anos. Quando foi eleito, o então estudante de medicina transferiu o curso para a capital do País, onde se formou em 2013 pela Universidade Católica de Brasília.

Ascensão meteórica

Mesmo tendo que frequentar as aulas, o parlamentar teve uma ascensão meteórica naCâmara. O resultado foi visto no ano passado, quando foi escolhido pelo partido para comandar a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), uma das mais importantes da Casa. Quando foi indicado para a CPI, o líder do partido, Leonardo Picciani (RJ) ressaltou que o correligionário presidiu a CFFC com “muita altivez ecompetência”, o que o credenciou para conduzir com muito vigor as investigações sobre os escândalos na estatal.

A pouca idade do parlamentar gerou comentários reservados entre alguns deputados. Ex-líder do PSDB, o deputado Antônio Imbassahy (BA) não quis duvidar da capacidade do deputado. “Ele é jovem, tenho certeza que se esforçará para fazer um bom trabalho, não vai querer manchar a carreira”, ponderou.

Motta nasceu no berço da política paraibana. O avô paterno, Nabor Wanderley, foi prefeito de Patos (PB), o pai, Nabor Wanderley da Nóbrega Filho, seguiu os trilhos do pai e também foi prefeito de Patos. O avô materno foi deputado estadual e federal, a avó materna, Francisca Motta, foi deputada estadual e também prefeita de Patos.

Primeiro dia

No primeiro dia de trabalhos da comissão, Motta, assim como relator, esteve no centro do principal debate. O PSOL apresentou um requerimento para que deputados que receberam doações de empresas investigadas na Operação Lava Jato, que apura irregularidades na Petrobras, não pudessem compor o colegiado. Motta teve cerca de 60% dos recursos da última campanha pagos por empreiteiras alvo da CPI. De acordo com ele, as doações foram recebias legalmente e as contas da campanha, aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Sob protestos, a CPI rejeitou o requerimento. Na próxima semana, o colegiado se reúne para análise de requerimentos. O PT deve apresentar um para incluir o governo de FHC nas investigações. “O mais importante delato da Lava Jato afirma que praticava esses delitos muito antes da chegada do PT ao poder. Como ele fez essa declaração e isso está nos autos seria importante esclarecer”, afirmou o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ).