Embora o Brasil tenha avançado muito em relação à conduta sobre a questão do tabagismo e o consumo de cigarro tradicional esteja em queda, com pouco mais que 10% da população do país sendo ainda fumante, na contramão deste avanço e conscientização de que o cigarro prejudica a saúde, vem crescendo vertiginosamente o consumo de cigarro eletrônico que provoca tanto ou mais riscos ao organismo que o cigarro comum. E foi com o objetivo de alertar e debater sobre os perigos desta prática, que vem crescendo entre os jovens e adultos brasileiros, que a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta quinta-feira (2), uma audiência pública com especialistas no assunto. O debate proposto pelo deputado Taciano Diniz teve a participação do deputado Jeová Campos que deu um testemunho sobre sua dor ao ver o pai sofrer por causa de problemas causados pelo uso do tabaco. Vários especialistas no assunto também participaram da Audiência.
“A maior tortura que eu tive na vida não foi física, foi ver meu pai sem ter condições de fumar, dado aos graves problemas de efizema pulmonar, e ficar em cima de uma cama gritando, pedindo aos filhos que pelo amor de Deus lhes dessem um cigarro para fumar. E isso demorou muito e muitos anos e foi um sofrimento coletivo”, disse ele, lembrado que o pai foi, por muitos anos, fumante de fumo de rolo, hábito tradicional na roça. O deputado elogiou ainda a forma como esse tema tem sido abordado pelas autoridades públicas, enaltecendo que adorou quando a propaganda que fazia apologia ao tabagismo começou a ser controlada.
Aproveitando a ocasião, Jeová ressaltou que a ALPB está atenta à problemática, a exemplo do Projeto de Lei 3.619/2022, de autoria do deputado Taciano Diniz, aprovada pela Casa, na última terça-feira (31), com a finalidade de restringir o uso do cigarro eletrônico em locais coletivos público e privado no estado da Paraíba. “É necessário enfrentar a situação e evitar que os jovens fiquem encantados com o cigarro eletrônico, levados por propagandas e facilidades de compra”, reforçou Jeová.
O pneumologista Sebastião Costa disse que é preciso investir em informação específica para os jovens, para que eles entendam os prejuízos que o cigarro eletrônico pode provocar à saúde. “Há uma facilidade muito grande de compra desses cigarros eletrônicos e até um estímulo ao uso dele que virou moda e isso é preocupante. Até por delivery se consegue adquirir. Precisamos colocar em prática alguns mecanismos que dificultem essa compra e alertar as pessoas do mal que ele provoca”, disse o médico, lembrando que esse tipo de cigarro contém as nitrosaminas, que estão entre as mais potentes substâncias cancerígenas.
O médico Alexandre Araruna alertou para as complicações do tabagismo, em especial do cigarro eletrônico. “O tabagismo eletrônico causa ainda mais problemas que os provocados pelos cigarros tradicional” disse ele, sendo reforçado pela fala do deputado Taciano Diniz. “É preciso desmistificar essa questão de que o cigarro eletrônico foi criado para tratar aqueles que fazem uso do cigarro de papel, quando, na verdade, ele é ainda mais prejudicial à saúde”, frisou o parlamentar.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba