FRAUDE

DENÚNCIA: “Zé Aldemir usava esquema de notas fiscais de serviços não executados, diz Carlos Antonio

"Eu sabia que cada nota restringia o valor de R$ 3 mil para suprir despesas dentro do gabinete, pois eles não tinham documentos. Nunca recebi um real, nunca fizeram nenhum depósito, nem me entregaram cheques", explicou.

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Após ter denunciado, através de emissoras de rádio, em sua última entrevista de que o deputado estadual José Aldemir estava rateando o dinheiro da 1ª Secretaria da Assembleia Legislativa do Estado com lideranças políticas e cabos eleitorais, como prefeitos, vereadores, suplentes e mulher de prefeito, o ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antonio, após ser desafiado também em emissoras pelo deputado,  mais uma vez acrescentou às denúncias sérias acusações contra o parlamentar, mostrando como   funcionava o esquema para o rateio denunciado por Carlos.

Segundo ele, “um assessor direto do deputado José Aldemir, no período em que foi secretário geral da Assembléia pediu notas fiscais de serviços relativo a honorários advocatícios  ao advogado Silvio Nogueira, de Cajazeiras, mesmo sem que o serviço tenha sido prestado.

Segundo o ex-prefeito, “o parlamentar usava notas fiscais de serviços não executados para justificar gastos que, segundo ele, nunca existiram”. O próprio Sílvio Nogueira  e outros profissionais liberais foram usados por José Aldemir para se apropriar dos recursos indevidamente”, disse.

Carlos explicou que o esquema “contava com a ajuda de Hamilton Noleto, então motorista do deputado. Ele disse que Silvio foi procurado por várias vezes pelo assessor para fornecer notas que foram encaminhadas para a Assembleia Legislativa da Paraíba, que seriam utilizadas para cobrir despesas da verba indenizatória destinada ao uso direto, exclusivamente, do gabinete e inerentes ao exercício do mandato, o que não acontecia”.

O advogado Sílvio Nogueira procurado pela reportagem confirmou a informação de que o assessor do deputado, de nome Hamilton, o procurava já com as notas emitidas, acrescentando que “fornecia as notas, entretanto, nunca recebeu tais valores do parlamentar”. Ele alegou que se disponibilizou a ‘ajudar’ José Aldemir “por ser seu aliado político na época”.

“Fui procurado por Hamilton, que era motorista de José Aldemir, que solicitou um recibo para justificar pagamentos juntos à Assembleia Legislativa. Ele pediu para que eu disponibilizasse uma nota, um recibo e essa pessoa, no caso, Hamilton, já veio com o recibo e a nota. Por uma questão de reconhecimento o deputado havia me prestado alguns favores, considerando essa questão, eu apenas acreditei que não iria prejudicar nada em relação a essa natureza”, alegou.

De acordo com as informações obtidas do Sagres por Carlos Antonio, “José Aldemir reembolsou do Poder Legislativo durante o ano de 2013, a quantia de R$ 419.637,00 e em 2014, R$ 314.999,55, quando era 1º secretário.

Sílvio Nogueira revelou também que “assinava recibos para José Aldemir desde 2011, prática que acabou em 2014, após sua reeleição”.

“Eu até perguntei se isso não iria me prejudicar a  título de prestação de imposto de renda, ele me disse apenas que era para justificar o reembolso de pagamentos dentro do gabinete”, disse.

Segundo ele, “outro advogado também assinava recibos para José Aldemir sem nunca ter prestado serviço ao gabinete do parlamentar, em períodos intercalados. Forneci sem nenhum problema, sem nenhum ato de maldade”, falou.

Ele confirmou que as notas já vinham com os valores de R$ 3 mil mensais, como atestam os documentos.  “Eu sabia que cada nota restringia o valor de R$ 3 mil para suprir despesas dentro do gabinete, pois eles não tinham documentos. Nunca recebi um real, nunca fizeram nenhum depósito, nem me entregaram cheques”, explicou.

Todas as notas fiscais de serviços foram fornecidas ao jornal e que por mais de uma vez foram feitos telefonemas para o deputado mas as ligações não foram atendidas para fornecer sua versão.

Fonte: Gazeta do alto sertão
Créditos: Gazeta do alto sertão