Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), busca conquistar apoio nacional para se colocar como uma das alternativas nas eleições presidenciais de 2022. Apesar do recente conflito interno com seu partido, por conta dos acenos do presidente da legenda, ACM Neto, à candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro, Mandetta conta com apoio de outros nomes fortes do partido, como Rodrigo Maia e Eduardo Paes.
Mandetta foi ministro de Bolsonaro e, por conta das atitudes do Planalto na pandemia, deixou a pasta e virou rival do presidente. Na semana passada, o ex-ministro e o ex-prefeito de Salvador se reuniram na casa do secretário-geral do DEM, Pauderney Avelino, em Brasília (DF). Segundo o site Congresso em Foco, a conversa foi pacificadora e não foi mencionada a possibilidade da saída de Mandetta do DEM, algo cogitado por ele recentemente.
“O Mandetta é um dos quadros mais importantes do Democratas. É um quadro que tem dimensão nacional, é uma referência no assunto saúde pública e a experiência pode neste momento trazer importantes contribuições nessa reflexão dos caminhos para superação da pandemia. É natural que o partido dê todo espaço e relevância para que com a experiência dele, ele possa trazer sua contribuição para o país”, disse ACM Neto.
O presidente do partido tem dito que o DEM não começou as discussões sobre 2022 e que isso não deveria ser feito durante o momento de agravamento da pandemia do coronavírus. Por isso, a mobilização do DEM por Mandetta neste momento não significa necessariamente que o partido vai optar por lançá-lo no pleito do ano que vem. Além de Mandetta e Bolsonaro, há integrantes do partido que apoiam Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
Crise e reconciliação
No início de fevereiro, Mandetta disse ao jornal Folha de São Paulo que ACM Neto é “maria-mole” e cobrou uma definição do partido sobre a disputa. Em entrevista ao Congresso em Foco no início de fevereiro, ACM Neto respondeu, dizendo que Mandetta dava a impressão de querer levar o partido para a oposição a Jair Bolsonaro, algo que o presidente do partido descartou fazer.
“O Mandetta tem um pensamento, que não é o pensamento do partido. O Mandetta desejaria neste momento, imagino que ele desejaria ser oposição, o partido não é oposição. O pensamento dele não reflete o pensamento majoritário do Democratas”, afirmou na época.
Para selar as pazes, o presidente do partido e o ex-ministro da Saúde participaram nessa terça-feira (2) de uma live para falar sobre sobre um balanço de um ano da crise do coronavírus. Na ocasião, tanto ACM, quanto Mandetta criticaram a gestão de Bolsonaro na pandemia. O ex-prefeito baiano perguntou a Mandetta como o país estaria caso “a liderança do governo federal fosse diferente”.
“Chega de apostar no caos. Eu não preciso de um líder para decidir se meninas vestem rosa e meninos vestem azul, mas sim de um que decide sobre o que interessa, como esse vírus. A Covid não quer saber se você é de esquerda ou direita. A doença quer saber se você vai dar carona para ela”, declarou o ex-ministro da Saúde.
“Temos aproximadamente 3% da população vacinada. É muito pouco. E falta perspectiva. O Brasil parou no tempo na questão da vacina e fez apostas erradas”, disse ACM Neto.
Fonte: Congresso em Foco
Créditos: Polêmica Paraíba