A delação premiada da ex-secretária de Estado da Administração, Livânia Farias, acabou levando a repercussão da Operação Calvário até a Prefeitura Municipal de João Pessoa.
De acordo com o depoimento vazado, o irmão gêmeo de Luciano Cartaxo, Lucélio Cartaxo, cobrou por meio do secretário de Desenvolvimento Urbano do município, Zennedy Bezerra, uma “colaboração” na campanha ao senado de 2014.
No delação premiada, Livânia afirma que Zennedy teria se encontrado com Waldson de Souza no Hotel Nord, em Cabo Branco, para tratar das despesas de campanha do irmão gêmeo do prefeito, que na época foi candidato a senador pelo PT, partido que ainda era filiado, na chapa majoritária encabeçada pelo candidato à reeleição ao Governo, Ricardo Coutinho (PSB).
Nas tratativas, Zennedy teria pedido R$ 1 milhão inicialmente, depois baixou para R$ 600 mil e que finalmente teriam sido entregues R$ 300 mil em espécie nas mãos do auxiliar direto de Luciano Cartaxo. O local da entrega desse valor foi no Canal 40, onde se produzia todo o marketing das campanhas socialistas nos últimos anos.
Zennedy já se manifestou e disse que foi “surpreendido” com o conteúdo da delação. “Fui surpreendido com fatos inverídicos mencionados em delação premiada, no âmbito da Operação Calvário, pela ex-secretária Livânia Farias. Defendo as investigações empreendidas pelo Ministério Público e pela justiça e me coloco à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário”, disse.
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), também comentou que Zennedy já negou as ilações e se colocou à disposição da justiça para colaborar com as investigações. Luciano chamou a atenção, no entanto, para uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), impetrada pela coligação encabeçada por Lucélio, na qual pede a cassação da chapa do governador João Azevêdo (PSB), por irregularidades na campanha eleitoral.
“Tem uma Aije tramitando na justiça em relação as eleições do ano passado para governador do Estado. Vamos aguardar que o TRE se manifeste. A Paraíba toda tem expectativa nesse sentido. Os fatos estão claros para todo mundo ver. Para o prefeito, as eleições de 2018 foram contaminadas com recursos oriundos de propina da Cruz Vermelha. “Ninguém na Paraíba tem dúvida disso”, concluiu.
Operação do Gaeco investiga esquema de propinas que beneficiariam agentes políticos através de OSs na Saúde. Os desdobramentos da Operação Calvário sinalizam que o escândalo que envolve esquema de propinas com OSs da Saúde vai muito além do núcleo girassol na Paraíba.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba