
O cargo mais cobiçado pelos políticos no âmbito estadual, é a cadeira de Governador. Aqui na Paraíba, grandes nomes e disputas acirradas, abrilhantaram grandes eleições, desde o começo do último século.
Podemos citar alguns políticos renomados que participaram dessas disputas, como; Ronaldo Cunha Lima, Ricardo Coutinho, João Azevêdo, Antônio Mariz, Wilson Braga, José Américo de Almeida, José Maranhão, dentre muitos outros, de diferentes partidos, histórias e espectros políticos.
Mas nem sempre aqueles que postulam ou que são cotados para uma possível candidatura, acabam por disputar as eleições.
Pensando em apresentar algumas dessas situações, o Polêmica Paraíba apresenta sete casos, de políticos que desistiram de disputar o Governo da Paraíba.

Romero Rodrigues – 2018 e 2022
2018 – Vindo de uma reeleição histórica em uma vitória categórica contra Veneziano em 2016, o então Prefeito de Campina Grande, era um dos nomes cotados a assumir a liderança das oposições, após a derrota de Cássio para Ricardo em 2014.
Com tamanha aprovação na Rainha da Borborema, Romero tinha todas as armas para se colocar como um adversário competitivo contra um estreante João Azevêdo. Isso se acentuou ainda mais com a desistência de Luciano Cartaxo, mas essa decisão do Prefeito da Capital, acabou sendo um dos motivos para a decisão de Rodrigues não disputar o Governo.
Romero declarou em março de 2018 que não iria disputar o pleito, pois acreditava que Cartaxo seria o melhor candidato, clamando para que o Prefeito repensasse sua desistência.
Após Luciano não voltar atrás, a chapa acabou sendo formada pelo Lucélio Cartaxo e a esposa de Romero, Micheline Rodrigues, como Vice.
2022 – Se em 2018, a desistência de Romero chocou muita gente, a de 2022 não foi diferente. Após concluir o mandato e eleger Bruno Cunha Lima como Prefeito de Campina, muitos acreditavam que Romero finalmente saísse candidato ao Governo, amparado por sua popularidade e pelo fracasso da oposição em 2018.
Muitos rumores davam como certa a candidatura de Romero, mas após um adiamento da decisão em outubro, Rodrigues anunciou em dezembro de 2021, que não iria concorrer e que tentaria um retorno a Câmara Federal, o que ele conseguiu, após ser eleito com quase 115 mil votos.
Gervásio Maia – 2018
Filho do ex-Deputado Gervásio Bonavides e neto do ex-Governador João Agripino, o então Deputado Estadual e Presidente da Assembleia, se colocava como um possível sucessor de Ricardo Coutinho.
Gervásio tinha como principais concorrentes a época, a também Deputada Estela Bezerra, a Vice-Governadora Lígia Feliciano e o Secretário João Azevêdo.
A candidatura de Maia acabou não saindo dos bastidores e em abril de 2017, o Presidente da Assembleia anunciou que desistira da disputa e que sairia candidato a Deputado Federal, sendo eleito com quase 150 mil votos.

Luciano Cartaxo – 2018 e 2022
2018 – A situação de Cartaxo foi praticamente idêntica a de Romero Rodrigues. Reeleito com uma votação expressiva em 2016, o então Prefeito de João Pessoa, era considerado por muitos, um nome certo para a disputa pelo Governo em 2018.
O que dava a Cartaxo uma certa tranquilidade para uma possível candidatura, foi ter vencido Cida Ramos, candidata do Governador, com uma vantagem bastante expressiva em 2016.
Após muita especulação, o Prefeito anunciou em uma carta, no dia 1 de março de 2018, que não seria candidato e que iria concluir o seu mandato na Prefeitura da Capital.
Com o choque da sua desistência e a de Romero logo em sequência, o grupo comandado por Cássio Cunha Lima decidiu indicar Lucélio como candidato, que acabou ficando na segunda colocação.
2022 – Quatro anos mudam muita coisa e esse foi o caso de Luciano. O Prefeito não conseguiu eleger a Secretária Edilma Freire como sucessora, ficando apenas na quinta colocação no pleito de 2020.
Com esse revés, Cartaxo decidiu voltar ao PT em 2022, se amparando na candidatura de Lula como Presidente, para se colocar como postulante ao Governo.
Mas o diretório do PT, foi contra uma candidatura própria na Paraíba, o que causou a desistência do ex-Prefeito, que decidiu sair candidato à Deputado Estadual, sendo eleito com pouco mais de 22 mil votos.
Lígia Feliciano – 2018 e 2022
2018 – Vice-Governadora no segundo mandato de Ricardo Coutinho, Feliciano se colocava como um dos nomes postulantes à sucessão do Governador.
Após muita deliberação e descontentamento com a escolha de João como candidato, Lígia e seu grupo fizeram as pazes com o PSB e a mulher do Deputado Damião Feliciano, foi mantida como Vice na chapa e reeleita.
2022 – Após romper politicamente com o Governador, Lígia se colocou como candidata no começo de 2022, afirmando que sua candidatura era irreversível, atendendo a um pedido do Presidente do PDT, Carlos Lupi.
Feliciano manteve sua candidatura de forma oficial até agosto de 2022, quando retomou a aliança com o grupo do Governador, decidindo por apoiar a reeleição de João.

José Carlos da Silva Júnior – 1986
Fundador do Grupo São Braz e das Redes Paraíbas e Cabo Branco, José Carlos da Silva Júnior entrou na política em 1982, após ser convidado a disputar o cargo de Vice-Governador na chapa de Wilson Braga pelo Partido Democrático Social (PDS).
A dupla saiu vitoriosa ao derrotar Antônio Mariz na primeira eleição livre para Governador em quase 20 anos.
Quatro anos depois, Júnior se colocava como candidato ao Governo, mas sentiu que estava sendo deixado de lado por Braga, que buscava o mandato de Senador na mesma eleição.
Após se sentir desprivilegiado, o empresário decidiu renunciar à candidatura, que acabou sendo ocupada pelo Senador Marcondes Gadelha.
Jose Júnior ainda se elegeu primeiro suplente de Senador na chapa encabeçada por Ronaldo Cunha Lima em 1994, assumindo o cargo em algumas oportunidades, em decorrência de licenças do titular.
Veneziano Vital do Rêgo – 2014
Após dois mandatos como Prefeito de Campina Grande, Veneziano se colocava como um dos principais opositores ao Governador Ricardo Coutinho.
Com uma candidatura posta na rua desde 2013, contando com apoio do PT e de outras lideranças, o ex-Prefeito desistiu do pleito em junho de 2014, citando dentre outros motivos, uma possível infidelidade, vinda de membros do MDB .
Veneziano acabou se unindo a Ricardo na disputa contra Cássio, indo para o PSB na eleição de 2018, na qual se elegeu Senador.

Cícero Lucena – 2010
Após dois mandatos como Prefeito de João Pessoa e a vitória na disputa para o Senado em 2006, Cícero se colocava como candidato do grupo Cunha Lima, após a cassação de Cássio em 2009.
Com às candidaturas postas de Ricardo Coutinho e do Governador José Maranhão, Lucena se colocava como uma alternativa aos dois nomes que monopolizavam aquele pleito de 2010.
Mas a candidatura do Senador acabou sendo abortada em maio de 2010, quando Cássio e seu grupo decidiram apoiar Ricardo, rival histórico de Cícero.
Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba