“Essa decisão do presidente golpista de tirar a autonomia dos governadores da gestão dos recursos de obras emergenciais de combate à seca é uma retaliação, uma decisão míope e mesquinha, um desrespeito aos nordestinos e uma afronta aos governadores”, afirmou o deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Água da ALPBN, Jeová Campos (PSB), logo após tomar conhecimento da medida.
Desdenho com o NE
Segundo o parlamentar, todo mundo sabe que o DNOCS sofreu nos últimos anos um esvaziamento e sucateamento e não tem, na atual conjuntura, a agilidade dos governos estaduais para agir numa situação que requer ações emergenciais. “O povo está sofrendo com a falta de água, estamos enfrentando o quinto ano de seca consecutiva, nossos reservatórios estão secos ou na iminência de entrar em colapso caso não chova, os governos já estavam agindo e realizando ações emergenciais. Mudar a gestão dos recursos, neste momento, na atual conjuntura, é desdenhar da calamidade que estamos vivendo, é brincar com algo muito sério e, sobretudo, atrasar ações que requer urgência”, destaca o parlamentar.
Medida política rasteira
A medida tirou dos chefes do executivo e colocou para as regionais do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) a gestão dos recursos emergenciais contra a seca, cancelando um acordo celebrado pela então presidente Dilma Rousseff, que destinava aos governadores a responsabilidade pela gestão desses recursos. “Na Paraíba, por exemplo, fica claro a retaliação ao governador Ricardo Coutinho, um defensor da presidente Dilma, já que o gestor do DNOCS é um indicado do senador José Maranhão, aliado de Temer e oposição a Ricardo. O fato é que essa medida política rasteira pode custar muito caro a quem precisa de água para sobreviver”, desabafa Jeová.
Fonte: secom