Pelo menos quatro pessoas morreram após uma rebelião na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, localizada no centro de Manaus, na madrugada deste domingo (8). O local, que ficou desativado por três meses por falta de estrutura e segurança, foi reaberto no dia 3 de janeiro para receber detentos após os massacres que deixaram 60 mortos em dois presídios. A informação foi confirmada ao UOL pelo secretário de Administração Penitenciária do estado, Pedro Florêncio.
A reportagem falou de forma rápida com Florêncio às 6h40 (8h40 no horário de Brasília). Ele disse que não poderia dar mais detalhes. Segundo a Globonews, foram 5 presos mortos.
Logo após a transferência para a cadeia, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Amazonas, Antônio Jorge Albuquerque Santiago, disse que o local não oferecia segurança aos carcereiros nem aos detentos.
Na quinta-feira, houve barulho dentro da Raimundo Vidal. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que o problema foi um “desentendimento entre dois presos”, que foram transferidos.
No dia seguinte, presos provocaram um “tumulto” no mesmo local. Segundo o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, a confusão ocorreu porque os detentos queriam mais espaço e pediam banho de sol, mas parte do prédio passa por obras .
Uma fonte que teve acesso à cadeia no dia disse ao UOL que, durante o tumulto, presos depredaram as duas salas onde estavam abrigados, quebrando encanamentos. Ainda na sexta-feira, dois homens foram presos tentando passar uma mochila com facões por cima do muro da cadeia.
Em entrevista durante a semana, o governador do Amazonas, José Melo (Pros), disse que a Vidal Pessoa era única alternativa. “A alternativa era aquela. Mas [o presídio] está lá, está funcionando. Foi o único local que imediatamente a gente teve para garantir a vida deles”, afirmou.
Com 109 anos, a Raimundo Vidal Pessoa foi inaugurada em 9 de março de 1907. Era a penitenciária da cidade e passou a abrigar apenas presos em regime provisório em 1999, quando o Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), onde 56 presos foram mortos , foi inaugurado.
Fonte: UOL, em Manaus