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Debates entre presidenciáveis vão garantir segundo turno - Por Josival Pereira

Analistas de debates eleitorais costumam afirmar que os resultados de um confronto na televisão nunca podem ser apurados ao final do evento. Diferentemente de um jogo de futebol, que acaba quando o árbitro sopra o apito pela última vez, os efeitos de um debate dependem das edições, do aproveitamento feito pelas assessorias dos candidatos e da repercussão que se espalha entre o eleitorado.

Qual o impacto do debate da Band TV com os candidatos a presidente da República na disputa eleitoral?

Analistas de debates eleitorais costumam afirmar que os resultados de um confronto na televisão nunca podem ser apurados ao final do evento. Diferentemente de um jogo de futebol, que acaba quando o árbitro sopra o apito pela última vez, os efeitos de um debate dependem das edições, do aproveitamento feito pelas assessorias dos candidatos e da repercussão que se espalha entre o eleitorado.

Existem alguns elementos, contudo, que podem limitar os efeitos de um debate. Três se destacam: o possível equilíbrio entre os debatedores, a audiência do veiculo e o grau de fixação da intenção de voto naquele período da campanha.

Dois desses fatores, podem estar agindo na repercussão do debate da Band. A audiência levou a Band ao segundo lugar na audiência, com 13.3 pontos em média, mas ainda assim ficou em segundo lugar. A Globo ficou com 13.9 pontos de audiência.

O recorte para entendimento da média de audiência é a região de São Paulo. Cada ponto de audiência representa 74.666 domicílios ligados e audiência individual de 205.755 na região metropolitana da cidade de São Paulo, o que representa 2.695.390 telespectadores. Ocorre que a região metropolitana de São Paulo tem uma população de 21,9 milhões. A audiência não é lá essas coisas, então, embora seja preciso se somar aí os 1,8 milhão de visualizações na plataforma You Tube.

Para melhor avaliação, a entrevista de Simone Tebet no Jornal Nacional (Globo) obteve audiência média de 24.9 pontos, quase o dobro do debate da Band.

O grau de fixação de intenção de voto nos dois candidatos que polarizam a disputa – Bolsonaro e Lula -, que está na casa dos 71%, impede alterações bruscas do quadro eleitoral, ainda mais que ambos pregaram para os convertidos, ou seja, para suas bases eleitorais. Tanto que os seguidores de cada um juram que seu candidato foi o melhor.

O impacto, então, tem apenas o campo dos indecisos e a franja de eleitores que admite mudar de voto, que é bastante estreita, para se produzir.

A pesquisa Datafolha, feita com indecisos, resultou que que 43% consideraram que Simone Tebet teve melhor desempenho no debate, seguida de Ciro Gomes com 23% e com Bolsonaro e Lula empatados em 10%. Perguntados quem teve o pior desempenho, os entrevistados apontaram Bolsonaro com 51%, Lula com 21% e Soraya Thronike com 14%.

A hipótese mais razoável é que este e outros debates vão servir para dividir os indecisos entre Simone Tebet e Ciro Gomes, além de sobrar alguma coisa para os demais candidatos. Ou seja, os debates vão garantir o segundo turno.

Fonte: Josival Pereira
Créditos: Polêmica Paraíba