A oferta da disciplina sobre “o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” na Universidade de Brasília (UnB) gerou discussão entre a ex-presidente Dilma Rousseff e o ministro na Educação, Mendonça Filho, em rede social. A ex-presidente criticou o ministro por defender a suspensão da disciplina e apuração de “improbidade administrativa”. Já o ministro questionou se a ex-presidente, em nome da autonomia universitária, defenderia a disciplina “O PT, o petrolão e o colapso econômico do Brasil”.
Dilma defendeu o professor Luis Felipe Miguel, titular da disciplina facultativa no Instituto de Ciência Política (IPOL), e chamou Mendonça Filho de “pseudo-ministro”. Para ela, a suspensão da disciplina seria “ o aprofundamento do arbítrio e da censura”.
O ministro rebateu dizendo que a declarações de Dilma expressam a “defesa da apropriação da universidade pública para atender ao PT”, sendo ” esperneio típico petista”. Ele defendeu que os recursos da universidade sejam usados com “propriedade”. Também questionou se Dilma defenderia a disciplina “O PT, o petrolão e o colapso econômico do Brasil”.
O Ministério da Educação anunciou que vai acionar a Advocacia-Geral da União (AGU), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF) contra a disciplina.
Em seu perfil pessoal no Facebook, o professor Luis Felipe Migue defendeu que “o conteúdo da disciplina não é diferente daquilo que tem sido discutido por muitos colegas interessados em compreender o Brasil atual”. O acadêmico informou que tem discutido as razões do “golpe” com estudantes e colegas dentro da universidade e com a sociedade civil, o que pretende continuar fazendo:”Não vou, no entanto, justificar escolhas acadêmicas diante de Mendonça Filho ou de seus assessores, que não têm qualificação para fazer tal exigência”, concluiu.
De acordo com o MEC, “a disciplina tem indicativos de ter sido criada exclusivamente para militância partidária, algo que pode ser percebido no caso da temática de algumas unidades como ‘o lulismo e a promoção da paz social’, ‘o governo Dilma e a tentativa de repactuação lulista’ e ‘a resistência popular e as eleições de 2018’”.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo