A novidade para as eleições de 2022 está centrada nas federações partidárias. Desde as eleições de 2020, não há mais a possibilidade dos partidos se coligarem nas chapas minoritários, ou seja, para eleger deputados estaduais, federais e vereadores. As coligações atrapalhavam o processo eleitoral, pois permitiam que partidos de ideologias diferentes se unissem em torno do poder pelo poder.
Com a proibição das coligações, até tentou trazê-las de volta na Câmara Federal, mas o Senado tratou de barrar. Para dar uma sobrevida aos partidos menores e a possibilidade da existência de mais partidos no Brasil, o Congresso Nacional aprovou as federações partidárias.
Na lógica é semelhante as coligações, ou seja, os partidos podem se unir para formaram uma só ideia e concorrerem a esses cargos juntos. No entanto, diferentes das coligações, esse casamento tem data de validade e a união é obrigada a continuar até o fim do mandado, ou seja, por no mínimo quatro anos.
Já há no Congresso um movimento de quem queira se aproveitar e dar um jeito das federações poderem ser desfeitas antes desse período, se tornando assim, nada menos do que as coligações. Interesses privados à parte, existem algumas articulações que estão sendo feitas pelos partidos, tanto para dar mais competitividade aos seus nomes, quanto para garantirem representação no Congresso ou até mesmo para manter a existência do partido.
No campo da esquerda, a possibilidade de uma super federação já parece ter encontrado caminho entre PT, PSB e PCdoB. PV e Rede podem entrar ainda e formar um super partido. Também estão coitados o PDT e PSOL, no entanto, esses dois partidos são mais difíceis de aceitarem a empreitada.
O detalhe da federação é que todos esses partidos precisariam necessariamente apoiar o ex-presidente Lula (PT), visto que a federação obriga os partidos em questão a lançarem um único candidato, tanto para governo, quanto para presidência.
No campo do centro, já houve há pouco tempo a fusão entre PSL e DEM, resultando no União Brasil. A junção ainda precisa ter aval do TSE, o que deve acontecer no ano que vem. Juntos, eles querem se tornar o maior partido do Brasil, mas a federação entre os partidos de esquerda pode minar essa possibilidade.
Quem também quer mais representatividade no Congresso, recursos para o fundo eleitoral e a possibilidade de ter mais representantes no Congresso são três partidos do Centrão, que dialogam para uma aliança em torno de federação.
PP, Republicanos e PL, que acaba de abrigar o presidente da Bolsonaro. Os três estão em negociação, mas parece difícil abrigar tantos cacifes da política em um único projeto. É possível que PP e Republicanos estejam com a reeleição de Bolsonaro, o que facilitaria um projeto nacional e até a possibilidade de uma base de apoio ao presidente eleito ou de oposição.
Fato é que esses partidos do chamado Centrão por vezes, e na maioria delas, parece mesmo ser uma única sigla. Nas votações no Congresso, a mudança não surtiria tanto efeito assim.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba