Sergio Moro é o ministro mais bem avaliado do governo de Jair Bolsonaro (PSL) segundo pesquisa do Insitituto Datafolha, feita na quinta e na sexta-feira da semana passada. O levantamento aponta que Moro é conhecido por 94% dos entrevistados, dos quais 54% avaliam sua gestão no Ministério da Justiça e Segurança Pública como ótima ou boa. A taxa supera a aprovação do próprio presidente, de 29%, segundo levantamento publicado na segunda-feira.
A pequisa aponta ainda que 24% dos entrevistados consideram o trabalho de Moro regular, outros 20% avaliam como ruim ou péssimo, e 2% não responderam.
A avaliação do ministro é a mesma desde a última pesquisa feita em julho deste ano, com variações dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Há dois meses, 55% dos entrevistados consideravam a gestão dele boa ou ótima, 21% avaliavam como regular e 21% como ruim ou péssima. Na ocasião, 3% não responderam a pesquisa.
No intervalo entre as pesquisas, Moro, enfrentou alguns desgastes no governo. O primeiro deles foi a publicação de novas reportagens mostrando mensagens trocadas entre ele o procuradores da Lava-Jato, quando ainda atuava como o juiz responsável pela operação, em Curitiba. Outro embate é a interferência do presidente Bolsonaro na escolha do diretor-geral da Polícia Federal, órgão que está sob a alçada do Ministério da Justiça.
Decreto de armas
No primeiro mês de gestão, o presidente Jair Bolsonaro editou decreto para flexibilizar o porte e a posse de armas sem pareceres técnicos do Ministério da Justiça. Moro mostrou desconforto sobre o projeto e disse que a medida não era política de segurança pública.
Indicação de Ilona Szabó
Moro indicou a cientista política Ilona Szabó como suplente para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.A militância bolsonarista nas redes sociais reagiu, e o ministro foi obrigado a recuar e desfazer o convite após telefonema de Bolsonaro.
O pacote anticrime
Principal projeto de Moro, o pacote anticrime sofreu desidratações na Câmara dos Deputados e não recebeu o apoio esperado de Bolsonaro. O presidente chegou a defender que Moro desse uma “segurada” no projeto para não causar “turbulência” às reformas.
Mudanças no Coaf
Moro queria o Coaf na Justiça, mas foi derrotado na Câmara com o aval de Bolsonaro para que o órgão voltasse para a Economia. Em um novo revés do ministro, o chefe do Coaf, Roberto Leonel, indicado pelo ex-juiz, perdeu o cargo após pressões do presidente.
Interferências na Polícia Federal
Após a troca do chefe da Polícia Federal no Rio e a tentativa de nomear outro superintendente, Bolsonaro disse que poderia mudar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, escolhido pelo ministro. O presidente fez questão de afirmar que ele é o responsável pela indicação, não Moro.
Moro foi ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pedir que ele fizesse uma revisão da decisão em que restringiu o compartilhamento de relatórios do antigo Coaf , hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), com os ministérios públicos e a Polícia Federal. O movimento do ministro irritou o presidente Jair Bolsonaro.
Cresce reprovação de Salles
O instituto também pediu que os entrevistados avaliassem a atuação de outros ministros. São eles: Paulo Guedes (Economia); Tarcísio Gomes (Infraestrutura); Ricardo Slles (Meio Ambiente) e Abraham Weintraub (Educação).
Dentre eles, o mais conhecido é Paulo Guedes (81%) e o menos é o Weintraub (31%). Apenas a reprovação do Ministro do Meio Ambiente cresceu. Em meio a crise deflagrada pelas queimadas na Floresta Amazônica, a atuaçãode Salles foi considerada ruim ou péssima por 33% dos entrevistados, uma alta de 12 pontos percentuais desde a última pesquisa, em julho.
O Datafolha entrevistou 2.878 pessoas em 175 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.
Aprovação dos ministros:
Taxas de aprovação (a soma dos entrevistados que avaliam o trabalho de cada ministro como ótimo” e “bom”), segundo o Datafolha.
Sergio Moro: 54%
Paulo Guedes: 38%
Tarcísio Freitas: 36%
Ricardo Salles: 30%
Abraham Weintraub: 29%
Ministros mais conhecidos:
Porcentagem de entrevistados que conhecem cada ministro, segundo o Datafolha.
Sergio Moro: 94%
Paulo Guedes: 81%
Tarcísio Freitas: 37%
Ricardo Salles: 52%
Abraham Weintraub: 31% Bolsonaro
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo