A nomeação da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves talvez tenha sido a estratégia mais acertada do governo Bolsonaro neste seu primeiro mês. A pasta que era cotada para ser ocupada pelo senador e aliado próximo de Bolsonaro, Magno Malta(PR), foi posta sob o comando da ex-assessora do senador que tornou-se uma figura silenciosa neste primeiro mês do novo governo.
Enquanto muitos poderiam acreditar que o atual presidente da República cometeu um erro ao apontar a pastora para ocupar o ministério, atrevo-me a pensar que Bolsonaro intencionou exatamente que a ministra agisse da forma que vem agindo desde que se tornou responsável pela pasta. Damares é uma figura polêmica antes mesmo de vir à tona como um dos nomes do governo Bolsonaro, como os seus vídeos que estão vindo aparecendo podem provar e polêmicas envolvendo o nome dela é exatamente o que o chefe do executivo espera.
Enquanto Damares segue proferindo falas que vão causando revolta nos opositores do atual governo, ministros que integram pasta mais interessantes para o atual governo como Paulo Guedes e Sérgio Moro, seguem livres dos ataques e podendo agir com maior tranquilidade sem o temor que cada um dos seus passos possa gerar uma nova crise política.
Para Bolsonaro é muito mais importante que Paulo Guedes cumpra com sua promessa de revolucionar a máquina pública brasileira e diminua os gastos do Estado e que Sérgio Moro faça assim como a população brasileira anseia e leve para o combate à criminalidade civil a mesma efetividade que ele demonstrou enquanto comandava a Operação Lava-Jato em Curitiba.
Mas é necessário para estes e outros nomes caros ao governo Bolonaro que exista alguém para quem todos os ataques convirjam, assim livrando todos os outros da fúria dos opositores. Eu creio que para Jair Bolsonaro esta pessoa é Damares Alves, uma mulher acostumada a ser o centro de polêmicas e que coleciona falas que podem facilmente inebriar a oposição enquanto seus favoritos seguem trabalhando. Não sei se Damares conseguirá resistir até o final deste primeiro mandato no cargo que ocupa, pois em um governo que apanha tanto quanto o de Jair Bolsonaro é muito difícil servir de escudo para os outros.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba