Prestes a entregar o parecer final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) revelou ao jornal O Globo que indiciará o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por prevaricação, ao não levar aos órgãos de investigação a denúncia sobre irregularidades na negociação para a compra da vacina indiana Covaxin pelo ministério da Saúde.
Além disso, o senador afirmou já ter concluído quais outros pontos constarão no documento, como práticas enquadradas em crime de responsabilidade. A entrega do parecer está prevista para a próxima quinta-feira (23). Uma vez apresentado, o texto será votado pelos demais integrantes da Comissão.
O relatório contém as principais denúncias apuradas pelo grupo, e ao fim, indicará que Bolsonaro optou por negar a gravidade da pandemia do novo coronavírus, sendo conivente com práticas que foram rechaçadas pela comunidade científica.
Essa argumentação é sustentada, entre vários pontos, pelo não uso de máscara de proteção facial e a pregação em favor de uso de medicamentos cuja eficácia no combate à doença não foram comprovadas.
Relembre
O caso Covaxin veio à tona em junho, quando o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que foi procurado no mês de março por seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde e que estaria sofrendo pressão para fechar a compra da Covaxin.
Juntos, os irmãos conversaram sobre o tema com o presidente Bolsonaro que prometeu, segundo os irmãos, levar o caso até a Polícia Federal. A compra tinha diversos indícios de irregularidades, como diferença no número de doses prometidas e quantas seriam recebidas, e o valor pago pelas mesmas, com suspeita de superfaturamento.
Fonte: Polêmica Paraíba com O Globo
Créditos: Polêmica Paraíba com O Globo