Articulações

CPI da Pandemia: PSD negocia presidência e ameaça relatoria de Renan Calheiros, que pode reagir

11 senadores passam agora a articular os principais cargos da comissão

Com o time escalado para a CPI da Pandemia, os 11 senadores passam agora a articular os principais cargos da comissão: presidência e relatoria. Enquanto tudo se encaminha para Renan Calheiros (MDB-AL) ser o relator, uma reviravolta na presidência pode mudar o cenário da CPI. Segundo informações do UOL, o PSD negociou com governo e com a oposição e deverá assumir o comando da presidência, podendo tirar de Renan a possibilidade de se tornar relator.

O PSD tem dois dos onze integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito: Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA), que tem se aliado ao PT no seu estado. O mesmo número do MDB, com os senadores Renan Calheiros e o amazonense Eduardo Braga, que é líder do partido. Com Tasso Jereissati (PSDB-CE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE), o grupo forma maioria de sete senadores contrários ao governo, contra 4 favoráveis: Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO), Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

No entanto, dos sete considerados oposicionista pelo governo, Omar Aziz é aquele que sofre menos resistência no Palácio do Planalto. O senador amazonense está reivindicando o cargo de presidente da CPI. Seu colega e líder do partido no Senado, Otto Alencar, embora ligado à oposição, já informou aos colegas que não poderá deixar de votar em Aziz para presidir o colegiado. São dois votos. Caso eles se juntem aos quatro governistas do colegiado, formam maioria de 6 contra 5 na oposição.

Porém, Randolfe Rodrigues está no páreo por ter sido o autor do requerimento de criação da comissão —tradicionalmente, a presidência de CPIs é oferecida a quem fez o pedido de abertura. Por acordo, o maior partido no Senado, o MDB, teve direito à primeira escolha de postos-chave e pediu a relatoria da CPI. Aí está a dúvida: se eleito presidente, Aziz seguirá o acordo e indicar Renan? Em reunião na quarta (14), 6 dos 11 membros da comissão declararam apoio ao alagoano, inclusive Eduardo Braga (MDB-AM), líder do partido.

Ou Aziz vai ignorar os colegas e indicar outro nome? Especula-se que ele possa colocar Eduardo Braga como relator. Embora não seja tão refratário ao Planalto como Renan, Braga também é considerado contrário ao governo. Esta costura não seria fácil de ser concretizada exatamente porque o senador de Alagoas já recebeu declaração de votos da maior parte dos colegas.

Apesar de caber ao presidente indicar o relator, senadores avaliam que se Aziz não se comprometer a escalar Renan na relatoria, o parlamentar do MDB pode decidir reivindicar a presidência da CPI. Neste cenário, o jogo ficaria embolado porque o ex-presidente do Senado entraria na disputa por voto no colegiado. Renan tem dito aos colegas que não reivindica a relatoria. Em aliança com os dois do PSD, mais Tasso Jeiressati, Randolfe Rodrigues e o petista Humberto Costa, ele acha que seu grupo tende a dar o tom do andamento dos trabalhos.

Fonte: Polêmica Paraíba, UOL e Folha
Créditos: Polêmica Paraíba