REVELAÇÃO

CPI DA COVID: Dominghetti quis vender vacinas após suposto pedido de propina, diz rádio

Em depoimento à CPI da Covid, Dominghetti havia afirmado que a negociação das 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca não foi para frente justamente por causa do suposto pedido de propina.

Áudios obtidos pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid e revelados hoje pela rádio CBN mostram que Luiz Paulo Dominghetti, policial militar que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, continuou negociando com o Ministério da Saúde mesmo depois do suposto pedido de propina feito por Roberto Dias, então diretor de logística da pasta.

Em depoimento à CPI da Covid, Dominghetti havia afirmado que a negociação das 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca não foi para frente justamente por causa do suposto pedido de propina.

Segundo a reportagem da CBN, Dominghetti na verdade saiu animado do encontro com os representantes do Ministério da Saúde e enviou um áudio para Rafael Alves, que também se apresenta como representante da Davati, dizendo que a compra estava acertada.

Na mensagem, o PM diz: “Ninguém está tão dentro do Ministério como a gente. Ninguém chegou onde a gente chegou. A compra pelo Ministério já aconteceu”. Dominghetti chegou a propor para Alves aumentar a oferta para 600 milhões de doses de vacinas, mas Alves afirmou que não seria possível enviar um pedido superior à população do país.

O policial também trocou mensagens com o coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do departamento de Logística do Ministério da Saúde, depois da reunião em que houve o suposto pedido de propina, e pediu ajuda para consolidar o negócio. “preciso que o Dias ligue para o presidente da Davati, porque nós vamos ‘tomar bomba’. Estamos tão perto… e vamos ‘tomar bomba'”.

 

Fonte: Uol
Créditos: Uol