COLAPSO

COVID-19: Pazuello diz que aumento de casos em Manaus foi rápido e 'completamente desconhecido'

Segundo o último boletim da Fundação de Vigilância em Saúde, houve 1.222 novos registros de pessoas com a doença, totalizando 250.935 casos no estado. O número de mortes subiu para 7.232, com mais 86 óbitos provocados pela doença.

 

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir um inquérito por conta de sua atuação no combate à pandemia, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou nesta terça-feira, 26, da reabertura do Hospital Nilton Lins para ampliar a capacidade de atendimento de pacientes com Covid-19 em Manaus. Pazuello afirmou que o governo vem tomando medidas para “salvar vidas” e destacou que o Amazonas tem recebido doses extras para campanha de vacinação contra a doença. O ministro afirmou ainda que o aumento de contágios pelo novo coronavírus no início de janeiro foi uma situação “completamente desconhecida”.

Pazuello citou como “gargalhos de décadas na região” o problema de abastecimento de oxigênio medicinal, número de leitos, falta de recursos humanos e a deficiência na atenção básica de saúde, que foram agravados pela situação epidemiológica no estado, principalmente em Manaus.

“Nós tivemos um salto na contaminação logo no começo de janeiro, triplicando o número de contaminados. Isso foi uma situação completamente desconhecida pra todo mundo, foi muito rápido”, afirmou.

Segundo Pazuello, a nova linhagem do coronavírus que circula em Manaus está sendo estudada em Oxford, na Inglaterra. A tendência, segundo ele, é que seja uma variante que contamina mais, no entanto, com um grau de agressividade semelhante a anterior.

“Nós estamos observando que é uma cepa diferente. Nós mandamos todo o material coletado para Inglaterra para que a gente tenha uma posição exata sobre o grau de contaminação e de agressividade”, disse o ministro. “Mas é no número de contaminados da propagação que ela (a cepa) faz a diferença. Somando as diferenças, aos gargalhos que acabei de apresentar, a gente chega a situação de Manaus.”

De acordo com o ministro, o Amazonas é o estado que, proporcionalmente, recebeu mais doses da vacina contra Covid: 452 mil. Diante do colapso na saúde pública, governadores entraram em acordo e liberaram 5% de doses extras para atender o estado. O ministro defendeu que as doses extras sejam usadas para vacinar idosos com mais de 75 anos.

Segundo o último boletim da Fundação de Vigilância em Saúde, houve 1.222 novos registros de pessoas com a doença, totalizando 250.935 casos no estado. O número de mortes subiu para 7.232, com mais 86 óbitos provocados pela doença.

O ministro informou que a fornecimento do oxigênio medicinal para as unidades de saúde está “equalizado”, dando possibilidade de ampliar estrutura e atendimento à população. A força-tarefa também começou a revisar as estruturas dos hospitais para reduzir as perdas de gás.

Atendimento de Covid
O Hospital Nilton Lins  é referência para atendimento de pacientes com Covid-19, transferidos de outras unidades por meio do sistema de regulação. São 80 leitos clínicos e 22 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Inicialmente, estão disponíveis 30 leitos.

“Vamos começar a receber os primeiros pacientes, com quadro moderado e leve. Estamos colocando essa estrutura em funcionamento para desafogar as unidades, que estão sobrecarregadas”, disse o governador do Amazonas, Wilson Lima.

Nesta quarta-feira, passa a funcionar a enfermaria de campanha montada pelo Exército na área externa do Hospital Delphina Aziz, com 50 leitos clínicos.  O hospital recebeu do governo federal usinas de oxigênio independentes.

Fonte: O Globo
Créditos: Polêmica Paraíba