— Não há nenhuma obrigação da parte dele na escolha de nomes. A palavra certa entre nós e Bolsonaro é vinculação e princípios. Nós só queremos que o governo dê certo. Os cristãos e as famílias conservadoras o apoiam por isso — disse Takayama.
Um dos indicados, Gilberto Nascimento negou incômodo com o fato dos nomes não terem sido aceitos e disse que não há confronto entre a bancada evangélica e o presidente eleito. O deputado ressaltou que foi feita apenas uma sugestão e que cabe a Bolsonaro decidir sobre a nomeação.
— Isso é natural de começo de governo. Não há confronto nenhum. Ele pediu sugestões. Não nos explicou por que (não aceitou), mas não precisa explicar, porque quem nomeia é ele. É ele que tem a caneta.
Apesar do discurso, há sim descontentamento no grupo. Um deputado influente da bancada afirmou ao GLOBO que os nomes só foram enviados por solicitação do presidente e que o fato de eles terem sido ignorados expôs o grupo de forma desnecessária. Esse parlamentar ressalta que a necessidade de se indicar nomes para atender ao pedido tinha até gerado divisão na bancada porque alguns dos integrantes eram contra o gesto.
Além da polêmica relativa aos nomes ignorados para a pasta da Cidadania, há em setores da bancada a sensação de que Bolsonaro errou ao deixar o senador Magno Malta (PR-ES) sem nenhuma pasta. Apesar de evangélico, Malta não tem articulação forte com os colegas parlamentares, mas havia uma expectativa de que ele tivesse alguma função. Takayama evita polemizar e ressalta que se o senador vier a ter alguma função no governo seria por mérito próprio e não por indicação do grupo.