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CONSELHEIRO: Obama alerta Trump sobre contratação de assessor ligado à Rússia

Segundo advertiu Sally à presidência Trump, as revelações de Flynn ao embaixador russo o tornavam vulnerável a possível chantagem do Kremlim. Sally foi demitida por Trump ainda em janeiro depois dela ter se recusado a defender nos tribunais o veto a imigrantes e refugiados imposto pela Casa Branca.

O ex-presidente americano Barack Obama aconselhou seu sucessor, Donald Trump, a não contratar como seu principal assessor de Segurança Nacional Michael Flynn, que foi demitido pelo novo governo por ter mentido sobre seus contatos com a Rússia. A informação foi divulgada por fontes próximas do ex-presidente às TVs NBC e CNN nesta segunda-feira, 8.

A advertência foi feita por Obama cerca de 48 horas depois de Trump vencer as eleições, em 8 de novembro, e quando os dois se reuniram por uma hora e meio no Salão Oval da Casa Branca. Sobre essa reunião, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, comentou em sua entrevista coletiva diária que Obama realmente afirmou a Trump que “não era exatamente um fã do general Flynn”.

No entanto, Spicer afirmou que se Obama estivesse “realmente preocupado” pelo fato de Flynn vir a integrar a nova equipe, poderia ter tomado certas medidas, entre elas, retirar a autorização para revisar informações confidenciais que Flynn obteve quando começou a trabalhar para a ex-administração democrata.

O próprio Trump afirmou hoje em sua conta de Twitter que Flynn recebeu essa autorização do Executivo de Obama, mesmo depois de ter realizado trabalhos pagos para governos estrangeiros. Trump afirmou que a imprensa “raramente gosta de falar sobre isso”, pelo fato, segundo ele, de essa autorização ter sido dada pelo governo anterior.

Flynn teve de se demitir em fevereiro em razão das conversas que manteve em 2016 com o embaixador russo nos EUA, Serguei Kislyak, com quem conversou sobre as sanções que Obama impôs a funcionários da Inteligência russa por sua suposta ingerência nas eleições presidenciais.

O ex-general Flynn metiu ao vice-presidente americano, Mike Pence, e a outros altos cargos do governo sobre o conteúdo dessas conversas com o embaixador russo. Segundo a NBC, citando três ex-funcionários do governo Obama, o ex-presidente advertiu a Trump que Flynn havia mantido contatos questionáveis com a Rússa durante seu mandato e aconselhou a ele não nomear o ex-general em um “posto de alto nível”.

O próprio Obama nomeou Flynn em 2012 para dirigir a Agência de Inteligência de Defesa (DIA), um cargo que o ex-general abandonou prematuramente em 2014. Quem trabalhou com ele na agência afirma que ele foi despedido desse cargo por sua caótica gestão do organismo, mas Flynn argumenta que o problema foi que ele se negou a aderir à linha oficial da Casa Branca e tinha “fortes discrepâncias” com o rumo da política externa de Obama.

A revelação sobre as advertências de Obama foi feita no mesmo dia em que a ex-procuradora-geral adjunta Sally Yates comparece a uma subcomissão do Senado como testemunha chave de uma investigação do FBI e do Congresso sobre os supostos vínculos entre o Kremlin e a campanha presidencial de Trump.

Sally, que foi procuradora-geral do governo Trump por dez diaz, fala hoje pela primeira vez sobre as advertências que fez à Casa Branca em janeiro sobre as ligações entre Flynn com a Rússia e as conversas que o ex-general manteve com o embaixador russo em Washington.

Segundo advertiu Sally à presidência Trump, as revelações de Flynn ao embaixador russo o tornavam vulnerável a possível chantagem do Kremlim. Sally foi demitida por Trump ainda em janeiro depois dela ter se recusado a defender nos tribunais o veto a imigrantes e refugiados imposto pela Casa Branca.

Fonte: Estadão